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BARBARA GANCIA
Incompetência é especialidade da casa?
Batuco as teclas com grande dificuldade ao escrever esta coluna. Suspeito ter deslocado
o ombro, e a culpa pelo meu infortúnio tem nomes e sobrenome:
William Jefferson Clinton.
Antes que o nobre leitor se atreva a imaginar alguma impropriedade, sugiro que ele tente ler as
957 páginas da recém-lançada
biografia do ex-presidente, "Minha Vida", deitado na cama.
Além de estar mais para arma de
defesa pessoal do que para livro
de memórias de alguém com menos de 60 anos, o calhamaço de
Bill Clinton conseguiu dar um nó
em todos os músculos do meu pescoço e braços por conta de sua
narrativa, minuciosa demais,
cautelosa demais e que nada tem
do charme ou do refinamento
exibidos normalmente pelo autor.
Estou só no primeiro terço do livro, mas já sinto vontade de atirá-lo pela janela. Só não o faço
por receio de matar quem estiver
passando lá embaixo na hora H.
Já pintaram vários pés atrás a
respeito da realização do jogo da
seleção tapuia no Haiti. Começam a pipocar comentários de
que será impossível garantir a segurança dos jogadores e de que a
partida pode servir como estopim
para matanças.
Ora, ora, que se use a criatividade da CBF, do Exército, do Ministério das Relações Exteriores e de
todas as outras autoridades envolvidas na operação.
Se o Brasil se considera apto a
realizar uma olimpíada em nosso
Haiti caseiro, o Rio de Janeiro, e
se vive se candidatando para sediar a Copa do Mundo, não deveria encontrar dificuldades em
perpetrar um mero jogo em condições tão adversas quanto as que
vira e mexe encontramos aqui.
Para quem está acostumado a
promover os desfiles de Carnaval
com parcos recursos desde a época em que não havia telefones nos
morros, uma pelada não deveria
intimidar.
Será que nosso famoso jogo de
cintura, adquirido pelas dificuldades de quem se acostumou, durante anos a fio, a rebolar com índices de inflação mirabolantes,
com os meandros de uma burocracia sem lógica e com toda sorte
de violência e injustiça, não há de
servir para colocar um bom projeto em prática?
Ou vamos repetir com o Haiti a
mesma demonstração de incompetência e falta de empenho que
acabamos de dar à Suíça, cuja
Justiça decidiu arquivar, em Genebra, o processo por lavagem de
dinheiro que corria contra o candidato Paulo Maluf, alegando
não ter havido, por parte da Promotoria de Justiça da Cidadania
de São Paulo, "colaboração suficiente" para levar o processo
adiante?
QUALQUER NOTA
Máfia de luto?
Passou batido o anúncio fúnebre de uma suposta "família
Corleone", publicado na semana passada nos jornais, onde se
lia: "É com tremendo pesar que
esposa, filhos, netos e amigos
comunicam o falecimento de
Marlon Brando". Assinado pela
agência TBWA, o misterioso
anúncio só pode ser coisa de
publicitário fã do ator.
Diferenciados
Na escola norte-americana Maria Imaculada, na Chácara Santa Helena, onde os filhos de Law
Kin Chong, Henrique e Thomas, estudaram por anos, colegas de classe se lembram deles
como dois sujeitos "super do
bem".
E-mail - barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia
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