|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Dos 21.774 inscritos em São Paulo, 87% não foram aprovados; entidade quer poder de veto na abertura de cursos
Exame da OAB tem reprovação recorde
FERNANDA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
O último exame de Ordem promovido pela OAB/SP (Ordem dos
Advogados do Brasil) registrou o
mais alto índice de reprovação de
sua história. Dos 21.774 bacharéis
inscritos, 87% foram reprovados.
A média de reprovação vinha se
mantendo em torno de 80%. O
exame habilita os bacharéis em
direito a exercerem a advocacia.
Um bacharel, que não quis se
identificar, disse que não passou
na prova pois seu diploma -requisito para a correção do exame- foi perdido. De acordo com
ele, o mesmo aconteceu a outros
candidatos.
O presidente da OAB/SP, Luiz
Flávio Borges D'Urso, considera
esse um caso isolado que não interfere no índice de aprovação.
Para ele, o número de reprovados é "assustador" e tem como
uma das causas a proliferação de
cursos de má qualidade.
D'Urso afirma que os mecanismos para autorizar a abertura de
novas faculdades são muito falhos. A OAB aprecia os pedidos de
instalação de novos cursos apresentados ao MEC (Ministério da
Educação), mas esse parecer tem
caráter apenas opinativo.
"Queremos dotar esse parecer
de poder de veto. Quando o parecer for negativo, o processo de
instalação tem que cessar, só retomando na hora em que a faculdade tiver condições mínimas de
funcionamento."
O fato de um curso de direito
necessitar de menos recursos para sua instalação que cursos de
medicina e de odontologia, por
exemplo, é um dos motivos da explosão do número de faculdades.
No entanto, o presidente da
OAB/SP diz que nem o investimento mínimo é feito. "Há casos
de faculdades que alugam biblioteca para driblar a vistoria do
MEC e da OAB."
Nos últimos três anos, somente
19 pedidos de faculdades analisados pela OAB tiveram parecer favorável. Entretanto, o MEC autorizou a instalação de 222.
Existem hoje 760 graduações no
país, das quais 177 estão no Estado de São Paulo.
Anteontem, o MEC anunciou a
autorização para o funcionamento de quatro novos cursos de direito em instituições privadas.
Até o fechamento desta edição,
a Folha não havia conseguido falar com o MEC sobre as reprovações no exame de São Paulo.
Texto Anterior: Diretor de museu em MG morre aos 90 anos Próximo Texto: União gastará R$ 150 mi por ano com a UniABC Índice
|