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Hospitais têm déficit de R$ 6 mi em PE
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Os hospitais vinculados ao SUS
(Sistema Único de Saúde) em Pernambuco acumulam um déficit
de R$ 6 milhões por mês, segundo
dados divulgados ontem pela Secretaria Estadual da Saúde.
Por causa da crise, faltam remédios, insumos e funcionários.
Em vários hospitais, o sistema
ameaça entrar em colapso. É o caso do hospital Oswaldo Cruz, vinculado à UPE (Universidade de
Pernambuco), uma das maiores
instituições de atendimento público do Estado. Com um déficit
de R$ 500 mil mensais, o hospital
suspendeu a internação de novos
pacientes na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de doenças infecciosas, por falta de antibióticos.
Também por falta de medicamentos, reduziu o atendimento
no setor de quimioterapia em
50%. Das 975 pessoas que procuram o local todos os meses, somente 490 serão atendidas.
A falta de recursos levou ainda a
direção do Oswaldo Cruz a reduzir em 20% o número de leitos
disponíveis. Em vez de 347, atenderá agora com apenas 277.
Um pavilhão com outros 128
leitos, inaugurado em junho de
2003, continua desativado por falta de pessoal. Com cerca de 1.600
funcionários, o hospital precisa
de pelo menos mais 500 pessoas,
segundo o diretor-geral da instituição, Ricardo Coutinho.
O diretor esteve nesta semana
em Brasília para negociar. Segundo ele, o Ministério da Saúde aceitou suspender por dois meses o
desconto, no repasse à instituição,
de R$ 235 mil mensais referentes a
um empréstimo concedido em
julho de 2003. "Não é uma solução definitiva, mas ajuda nesse
momento de crise." Segundo ele,
o resultado das negociações neste
mês será "crucial" para o hospital.
"Nossos fornecedores estão no limite, pedindo empréstimos para
saldar suas dívidas."
A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco, ao qual está vinculado
o hospital, informou que um projeto para a contratação, por meio
de concurso, de 78 funcionários
para a instituição tramita na Assembléia Legislativa.
O secretário da Saúde do Estado, Guilherme Robalinho, disse
também que o Legislativo analisa
projeto para a contratação de
mais 1.824 pessoas, sendo 764 médicos, para a rede pública.
Robalinho afirmou ainda que
está negociando com o Ministério
da Saúde o aumento do repasse
dos recursos do SUS e, com os
hospitais, a definição de uma
"cesta básica" de medicamentos e
insumos para cada unidade.
O secretário atribui a crise no
sistema público de saúde de Pernambuco ao "empobrecimento
da classe média, à deficiência da
rede básica de atendimento e aos
baixos valores pagos pelo SUS".
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