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Na TV, secretário nega envolvimento
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de passar a manhã reunido com o governador Geraldo
Alckmin (PSDB), ontem, o secretário da Segurança Pública, Saulo
de Castro Abreu Filho, começou
uma peregrinação por emissoras
de TVs. Ele se defendeu das acusações do preso que, em carta à
OAB/SP, detalhou uma reunião
com o próprio secretário para definir detalhes da ação que terminou com 12 mortos na região de
Sorocaba, em março deste ano.
O governador também saiu em
defesa do secretário, à tarde, durante eventos de sua campanha,
ao ser questionado se afastaria ou
não Abreu Filho. ""O secretário
tem nossa absoluta confiança e
não vai haver nenhuma mudança", afirmou Alckmin.
Os dois utilizaram argumentos
idênticos: que o preso fala na carta
que possui uma fita, mas que ela
não apareceu, que o preso foi condenado por latrocínio e que ele
não citou o nome do secretário no
depoimento que deu em depoimento ao Ministério Público.
""Eu sou favorável à apuração,
tudo deve ser apurado. Não temos nada a esconder. Na realidade, todo o trabalho feito, as chamadas diligências, foram feitas
com autorização judicial, dentro
da lei", disse o governador.
O nome do secretário não aparece no primeiro depoimento que
Ronny Clay Chaves deu à Promotoria e Polícia Civil, um dia antes
de o jornal publicar reportagem
sobre a rede clandestina de inteligência da PM -28 de julho.
Nesse dia, porém, o Ministério
Público não sabia da carta enviada por ele à OAB/SP nem sobre a
fita que mencionou. Depois, ao
ser ouvido de novo, quando já se
sabia da carta, ele falou da existência dela aos promotores, mas o
teor da conversa está em sigilo.
Ontem, o secretário não aceitou
pedido de entrevista feito pela Folha. Segundo sua assessoria, não
havia ""espaço na agenda". Desde
que o jornal começou a revelar os
métodos de atuação do Gradi, o
secretário tem falado por meio de
notas oficiais ou, por duas vezes,
durante eventos oficiais, como
aconteceu anteontem no Denarc.
Em entrevista ao SPTV 1ª edição, da TV Globo, Abreu Filho
disse que não sabia que os detentos estavam saindo da prisão para
ajudar a polícia em investigações
do Gradi. Manteve a resposta
quando foi questionado sobre o
fato de um deles ter ficado 115 dias
fora da prisão. E defendeu as operações, afirmando que elas tinham autorização judicial.
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