São Paulo, sexta-feira, 09 de agosto de 2002

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Na TV, secretário nega envolvimento

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de passar a manhã reunido com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), ontem, o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, começou uma peregrinação por emissoras de TVs. Ele se defendeu das acusações do preso que, em carta à OAB/SP, detalhou uma reunião com o próprio secretário para definir detalhes da ação que terminou com 12 mortos na região de Sorocaba, em março deste ano.
O governador também saiu em defesa do secretário, à tarde, durante eventos de sua campanha, ao ser questionado se afastaria ou não Abreu Filho. ""O secretário tem nossa absoluta confiança e não vai haver nenhuma mudança", afirmou Alckmin.
Os dois utilizaram argumentos idênticos: que o preso fala na carta que possui uma fita, mas que ela não apareceu, que o preso foi condenado por latrocínio e que ele não citou o nome do secretário no depoimento que deu em depoimento ao Ministério Público.
""Eu sou favorável à apuração, tudo deve ser apurado. Não temos nada a esconder. Na realidade, todo o trabalho feito, as chamadas diligências, foram feitas com autorização judicial, dentro da lei", disse o governador.
O nome do secretário não aparece no primeiro depoimento que Ronny Clay Chaves deu à Promotoria e Polícia Civil, um dia antes de o jornal publicar reportagem sobre a rede clandestina de inteligência da PM -28 de julho.
Nesse dia, porém, o Ministério Público não sabia da carta enviada por ele à OAB/SP nem sobre a fita que mencionou. Depois, ao ser ouvido de novo, quando já se sabia da carta, ele falou da existência dela aos promotores, mas o teor da conversa está em sigilo.
Ontem, o secretário não aceitou pedido de entrevista feito pela Folha. Segundo sua assessoria, não havia ""espaço na agenda". Desde que o jornal começou a revelar os métodos de atuação do Gradi, o secretário tem falado por meio de notas oficiais ou, por duas vezes, durante eventos oficiais, como aconteceu anteontem no Denarc.
Em entrevista ao SPTV 1ª edição, da TV Globo, Abreu Filho disse que não sabia que os detentos estavam saindo da prisão para ajudar a polícia em investigações do Gradi. Manteve a resposta quando foi questionado sobre o fato de um deles ter ficado 115 dias fora da prisão. E defendeu as operações, afirmando que elas tinham autorização judicial.



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