São Paulo, sexta-feira, 09 de agosto de 2002

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ADMINISTRAÇÃO

Segundo a Prefeitura de São Paulo, os valores "atrasados" serão pagos após a reavaliação dos beneficiados

Famílias ficam sem receber Renda Mínima

Juca Varella/Folha Imagem
Marta Suplicy visita a casa do desempregado José Aparecido Gomes


BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

Famílias dos distritos de Lajeado (zona leste) e de Capão Redondo (sul), primeiras beneficiadas pelo programa Renda Mínima, estão sem receber o benefício porque ainda não foram reavaliadas pela Prefeitura de São Paulo.
Ontem a prefeita Marta Suplicy (PT) foi questionada, por moradores do bairro Jardim do Campo, no distrito de Lajeado, sobre a suspensão dos pagamentos. "Esse dinheiro está fazendo falta, dona Marta", disse a desempregada Silvana Costa, 37, que afirma ter recebido pela última vez em junho.
A prefeita disse que os moradores seriam reavaliados e prometeu que as famílias que mantiverem o perfil do programa receberão os "atrasados". Marta afirmou desconhecer as razões do atraso e pediu à sua assessoria que telefonasse ao secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade, Márcio Pochmann.
Segundo o secretário, o pagamento retroativo deve acontecer no mesmo mês em que a família voltar a receber o recurso, em parcela separada, para que as pessoas não pensem que houve aumento.
"O que adianta pagar atrasado? O tempo está passando. Como a gente fica até lá?", questionou Eliana Vieira Peres, 38, desempregada que tem dois filhos e diz não ter recebido o benefício em julho.
"Nossa intenção é que não haja interrupção do pagamento", disse Pochmann. Segundo ele, a atualização será feita com um software de cadastramento on-line -que evitará que as famílias preencham fichas novamente-, em locais próximos à casa dos beneficiados.
A prefeitura enviou às famílias uma carta com a orientação de esperar uma segunda correspondência, que informará local e data para o recadastramento.
O Renda Mínima -recurso em dinheiro pago pela prefeitura- é concedido pelo período de um ano e é renovável, se a família mantém as condições que possibilitaram a inclusão no programa. As famílias devem ter crianças de até 15 anos frequentando a escola e renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa. Não há obrigação legal de que o recadastramento seja feito antes de o benefício ser interrompido.
Marta visitou ontem a casa do desempregado José Aparecido Gomes, 38, na zona leste. Ela decidiu ir até lá após ler a declaração de Gomes -publicada na terça pela Folha- de que se emocionara ao receber uniformes para o filho de cinco anos. A família de Gomes é uma das que pararam de receber o recurso. "Espero que não demore", disse ele.



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