São Paulo, sexta-feira, 09 de agosto de 2002

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Prefeita critica projeto da meia-entrada

DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita Marta Suplicy (PT) criticou o projeto que obriga todos os cinemas, teatros, casas de espetáculos, estádios e ginásios da capital a dar desconto de 50% para menores de 21 anos.
Para Marta, o projeto "não é bom para a cidade". Isso porque provocaria uma "debandada" de eventos culturais e poderia resultar em aumento nos preços dos ingressos, para compensar a concessão da meia-entrada.
Aprovado anteontem, o projeto é do ex-líder do governo na Câmara Municipal, José Mentor (PT), que renunciou à liderança para cuidar de sua candidatura a deputado federal.
O vereador afirmou que um possível veto da prefeita não irá "afetar as relações entre eles". Para Mentor, a proposta democratiza o acesso à cultura ao ampliar o benefício da meia-entrada.
Produtores teatrais e exibidores cinematográficos concordam com a prefeita sobre a possibilidade de o preço dos ingressos vir a aumentar, caso o projeto vire lei.
Segundo o diretor da Apetesp (Associação dos Produtores Teatrais do Estado), Atílio Bari, a classe teatral não foi consultada. "Haverá alta no preço. Vamos ter de tirar de algum lugar."
O presidente da Abraplex (Associação Brasileira das Empresas Operadoras de Multiplex), Valmir Fernandes, afirma que a idéia falha ao privilegiar uma faixa etária. "Há menores de 21 anos que têm condição de pagar o cinema e pessoas de outra faixa que precisariam ser beneficiadas."
Embora tenha ponto de vista parecido em relação à restrição de promoções a outras faixas etárias, o diretor de programação do Espaço Unibanco de Cinema, Adhemar Oliveira, não é inteiramente contrário ao projeto. "O ideal é que o maior número possível de pessoas frequente as artes em geral. Nisso o projeto é excelente."

Câmara
Ontem, o acordo entre os vereadores e o governo possibilitou que fossem aprovados 31 projetos, 30 em primeira votação e apenas um definitivamente.
A proposta aprovada em votação final institui o conselho municipal de habitação, com a função de fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros transferidos pelos governos federal e estadual e supervisionar o Fundo Municipal da Habitação.



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