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São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2003

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SAÚDE

Ação é inédita, diz capitão; cidade vive sua maior epidemia

Soldados do Exército participam do combate à malária em Manaus

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Pela primeira vez, homens do Exército estão participando do combate ao mosquito da malária em Manaus. A capital amazonense enfrenta sua maior epidemia, com mais de 40 mil casos registrados até julho, contra 15.865 notificados em todo o ano passado.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas, apenas duas mortes foram registradas na capital, que tem mais de 1,5 milhão de habitantes, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Anteontem, o Comando Militar da Amazônia (CMA) pôs 150 soldados à disposição do programa de combate à malária. "Os soldados estão fazendo as ações porque têm um bom preparo de campo e experiência para enfrentar as dificuldades dentro da floresta", disse a secretária Leny Passos.
Ela afirmou que os militares que participam do combate à doença, transmitida pelo mosquito Anopheles, fizeram um treinamento no Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia).
Durante dois meses, os soldados aplicarão um biolarvicida cubano [para matar as larvas do mosquito] nos lagos e tanques de piscicultura localizados em áreas de risco das zonas leste e oeste de Manaus. Eles estão sendo acompanhados por agentes da Funasa (Fundação Nacional de Saúde).

Ação pioneira
Segundo o capitão Geraldo Pereira Almeida Neto, que coordena as ações dos militares, nas regiões Sudeste e Sul o Exército participa do combate ao mosquito da dengue, "mas em Manaus a ação é pioneira contra a malária".
A secretária da Saúde do Amazonas apontou o desmatamento de áreas verdes, a drenagem de igarapés e o clima úmido da região amazônica como os fatores que contribuem para o crescimento da epidemia de malária.
O pico da doença neste ano foi registrado no mês de março, com 7.414 casos notificados. Os dados do mês passado ainda não foram consolidados, mas a secretaria prevê um total de 5.800 casos, o que demonstra que a curva da epidemia ainda não declinou.
Leny Passos afirmou que os soldados estão aplicando o biolarvicida em 180 locais de risco, nas quais produtores de peixes usam lagos e tanques. As águas limpas e paradas são um ambiente favorável para a reprodução da fêmea do transmissor da malária.
Por medida de prevenção, segundo a secretária, os soldados trabalham pela manhã, horário em que o mosquito menos ataca. "A malária ainda não vitimou nenhum soldado", disse a secretária.
Além dos soldados, mais 2.250 profissionais do governo, da Prefeitura de Manaus e da Funasa participam do programa de combate ao mosquito Anopheles.
"Estamos comprometendo mensalmente R$ 1 milhão do orçamento da secretaria no combate à doença", disse Leny Passos.


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