DA REPORTAGEM LOCAL

Paredes de cor laranja, um quadro branco com relógio para monitorar o dia-a-dia dentro do hospital, um painel para as fotos da família e um criado-mudo alemão que vira mesinha. Foram essas as principais novidades que o empresário Pietro Petrosino, 83, notou ao ser internado na nova ala geriátrica do hospital Albert Einstein com infecção pulmonar e diabetes alterada.
Ele foi um dos primeiros pacientes a ocupar o espaço antes mesmo da inauguração oficial, que será amanhã. Petrosino diz que as barras de apoio que circundam todo o quarto são úteis para a locomoção, especialmente na hora de ir ao banheiro à noite. "Sem ter onde me apoiar fico meio confuso", diz o empresário.
Segundo o médico Fábio Nasri, coordenador da área geriátrica do Albert Einstein, a maioria das quedas de idosos dentro de hospitais ocorre a dois ou três passos entre a cama e o banheiro. "Eles levantam para fazer xixi à noite e acabam se desequilibrando", diz.
Além das barras, o quarto tem piso que absorve impacto e poucas mobílias para evitar tropeções e quedas. O modelo adotado no Einstein foi inspirado em serviços europeus. Nasri diz que, assim como alas pediátricas, a tendência é que os hospitais construam espaços especiais para a terceira idade.
Entre os idosos atendidos hoje pelo hospital, 56% tem idade acima de 75 anos. Uma média de 57% deles permanece no hospital por pelo menos três dias e os demais, entre três e sete dias.
Nos quartos, tudo foi meticulosamente estudado: no banheiro, além do piso antiderrapante, há espaço para a movimentação de uma cadeira de rodas num ângulo de 180 graus.
Até a cor do quarto tem uma razão especial. Segundo estudo cromático, as paredes com cores reflexivas confundem o idoso e, por isso, o laranja foi o matiz adotado.
O quadro branco e o relógio servem para que o idoso se localize no tempo e no espaço. O criado-mudo, fabricado na Alemanha, traz a bandeja embutida de forma que, ao acionar um simples botão, o paciente, de cima de sua cama, se posiciona para a refeição. A ausência de mesas é uma opção contra possíveis acidentes. (CC)


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