São Paulo, terça-feira, 09 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

FOCO

Casarão histórico na Bela Vista ganha "muletas" para não desabar

Tombado em 2002, imóvel está abandonado; não há projeto para ele ser restaurado

VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

A quatro quadras da avenida Paulista, um casarão construído em 1913 vai tão mal das pernas que só com "muletas" consegue se manter em pé. Vazio há mais de dez anos, é habitado apenas por gatos da vizinhança.
Em 2002, o imóvel foi tombado pelo patrimônio histórico do município. Embora protegido no papel, além das escoras -pedido da prefeitura- não há um projeto para restaurar o imóvel da rua Artur Prado, na Bela Vista.
Gabriel Rostey, diretor da ONG Preserva São Paulo, diz acreditar que "não há esforço pela recuperação do casarão". Vizinho do imóvel, ele relata, além da falta de preservação do patrimônio, mau cheiro, proliferação de insetos e calçadas "lastimáveis".
Segundo a administradora do imóvel, Mônica Gouveia, estão programadas no local apenas novas ações emergenciais, como o reparo do telhado. As medidas também foram pedido da prefeitura.
O dono do imóvel, Guilherme Carvalho Costa, não quis dar entrevista à Folha. Segundo Mônica, ele tem de pagar R$ 25 mil anuais de IPTU e não tem recursos financeiros para reformá-lo.
O IPTU de 2010 consta na dívida ativa da prefeitura.
O casarão da Artur Prado não é exceção entre os imóveis tombados na cidade. Para José Geraldo Simões Júnior, arquiteto e conselheiro do Conpresp, faltam incentivos para os proprietários.
A isenção de IPTU dada pela prefeitura para quem vai restaurar é pouco atrativa, diz Simões. "Muitas vezes, não vale a pena o quanto ele tem que gastar em relação ao que economizará".
Mas há proprietários que, na tentativa de liberar o terreno para a incorporação de prédios, "usam subterfúgios para que o imóvel venha ao chão", afirma.


Texto Anterior: Estados não cumprem meta de inquérito
Próximo Texto: Frase
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.