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VIOLÊNCIA
Georgina Burity, 82, ficou 38 horas amordaçada em seu apartamento em Salvador, após ser rendida por ladrões
Aposentada morre asfixiada após assalto
MARCOS VITA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
A aposentada Georgina Gonçalves Burity, 82, foi encontrada
morta ontem, por asfixia, depois
de passar 38 horas amordaçada
em seu apartamento na Pituba,
bairro nobre de Salvador (BA),
após ser rendida por assaltantes.
Um casal de ladrões chegou à
casa da aposentada por volta das
19h da quarta-feira.
Eles se apresentaram como interessados em comprar um aparelho de ar-condicionado que
Georgina havia posto à venda
num anúncio de jornal.
A empregada da aposentada,
Márcia Aparecida Santos de Jesus, 27, diz ter precisado sair de
casa para comprar frutas durante
as negociações.
Quando isso aconteceu, mais
um homem, encapuzado e de luvas, teria chegado e amarrado a
dona do apartamento no quarto
dela, usando toalhas e fitas isolantes em volta da cabeça de Georgina -o que provavelmente levou
a aposentada à morte.
A empregada voltou ao apartamento e também teria sido amordaçada, segundo seu depoimento
à polícia. "Quando cheguei, o homem encapuzado já amarrava
minha patroa sobre a cama, enquanto o outro homem me imobilizava e também me amarrava",
afirmou Márcia Aparecida, que
apresentava ferimentos na testa e
nos braços.
Só ontem, às 9h, a empregada
teria conseguido se soltar para
chamar a polícia. Peritos do DPT
(Departamento de Polícia Técnica) encontraram o apartamento
revirado, mas não sabem dizer
ainda o que teria sido roubado.
O retrato falado dos criminosos
seria concluído ontem. Vizinhos
foram ouvidos para confirmar ou
não a versão da empregada.
A delegada Heloísa Brito Campos, encarregada do caso, não havia se pronunciado sobre os detalhes do assassinato até o final da
tarde de ontem. A polícia não tinha identificado os ladrões até o
final da tarde de ontem.
O prédio onde morava a aposentada não tem porteiro nem interfone. Para entrar no edifício, é
preciso que alguém desça do
apartamento para abrir o portão.
A Agência Folha apurou que a
polícia suspeita que a empregada
possa ter sido cúmplice dos ladrões. Márcia Souza passou toda
a tarde de ontem sendo interrogada na delegacia.
Georgina Burity era uma figura
conhecida na sociedade baiana.
Ela era mãe do diretor da Fundação Cultural da Bahia, José Burity.
Ela foi enterrada ontem mesmo,
às 17h30, no cemitério Jardim da
Saudade.
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