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São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2003

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"Omissão" da elite é alvo de críticas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de afirmar que cada cidadão deveria se perguntar o que tem feito para tornar o Brasil um país mais justo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que "não são poucos os casos" em que há empregadas domésticas analfabetas trabalhando na casa de professores de pós-graduação.
O presidente disse ainda que é preciso parar com essa idéia de que "o governo pode tudo".
Já o ministro da Educação, Cristovam Buarque, afirmou que o analfabetismo não foi erradicado no país apenas porque não é "contagioso". Esse é o motivo pelo qual, de acordo com o ministro, a elite nunca tratou o assunto como um problema a ser resolvido em caráter de urgência.
"A elite brasileira despreza o povo", afirmou Cristovam. Segundo ele, o analfabetismo poderia ter sido erradicado no século 19. Os militares, disse o ministro, tiveram a chance de erradicar o problema, mas não o fizeram.
Cristovam disse que a classe média "inventou a escola privada" e deu soluções individuais para seus problemas. Esse é o motivo, na opinião dele, pelo qual o transporte público enfrenta problemas, assim como a educação.
Ainda de acordo com Cristovam Buarque, a paralisia infantil somente foi erradicada no Brasil porque "pega em rico".

Bolsas
A partir de 2004, o governo dará 30 mil bolsas universitárias para estudantes participarem do programa de erradicação do analfabetismo. "O governo tem compromisso com as massas", afirmou o ministro da Educação.
A Unesco (órgão das Nações Unidas para a educação e a cultura) considera que um país conseguiu erradicar o analfabetismo quando a sua taxa é de, no máximo, 6% entre a população com mais de 15 anos.
O represente da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, afirmou que o programa de erradicação do analfabetismo é uma resposta do governo Lula aos apelos das Nações Unidas, que acaba de lançar a década da educação (de 2003 a 2013). "O combate à pobreza começa na escola", afirmou.


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