|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Segundo determinação, crianças entrarão no ensino fundamental aos 6, aumentando o ensino obrigatório em 1 ano
Decreto cria 1º grau de 9 anos em São Paulo
MARTA AVANCINI
da Reportagem Local
A partir de 1999, o ensino fundamental terá nove anos de duração
na cidade de São Paulo e não oito
como ocorre atualmente. Este é o
teor de um decreto do prefeito
Celso Pitta (PPB), publicado hoje
no "Diário Oficial".
Com a mudança, as crianças que
entrarem em escolas da rede municipal começam o ensino fundamental aos 6 anos, ampliando em
um ano o tempo de educação
obrigatória. Hoje em dia, o ensino
fundamental (antigo primeiro
grau) começa aos 7 anos.
Embora a medida esteja sintonizada com a intenção do ministro
Paulo Renato Souza, que defende
a ampliação do ensino fundamental para nove anos, ela pode acarretar problemas por estar sendo
feita sem articulação com os sistemas estadual e particular.
Além disso, com a mudança, haverá um aumento do número de
matrículas no ensino fundamental
e por isso São Paulo receberá mais
recursos do Fundef (Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento
do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério).
"O prolongamento é desejável,
mas tem de ter como pressuposto
a articulação entre os municípios e
Estados", diz Iara Prado, secretária de Ensino Fundamental do
MEC (Ministério da Educação).
A principal intenção do projeto,
segundo a Secretaria da Educação
de São Paulo, é evitar que crianças
percam um ano de estudo após
concluírem a educação infantil
(pré-escola, de 0 a 6 anos).
"Muitas crianças acabam ficando sem escola por não terem idade
para entrar na 1ª série. A ampliação está amparada em um projeto
pedagógico faz uma transição entre os dois níveis de ensino", diz a
secretária Hebe Tolosa.
A rede estadual de São Paulo,
por exemplo, só aceita na 1ª série
crianças com 7 anos completos até
o mês de fevereiro, a não ser nas
unidades onde sobram vagas.
Assim, diz Hebe, a intenção é
atender, num primeiro momento,
cerca de 70 mil crianças que têm 6
anos e estão matriculadas em
pré-escolas da rede municipal. Estão matriculadas na 1ª série da rede municipal 77 mil crianças.
Para dar conta da demanda
-que vai quase dobrar na 1ª série-, a prefeitura promete entregar até fevereiro 480 salas de aula e
contratar 3.000 professores, além
de treinar outros 4.000, inclusive
de educação infantil. "Vamos
usar professores da educação infantil e manter alunos em salas de
pré-escola, onde for necessário."
O presidente do Sindicato dos
Professores Municipais de São
Paulo, Cláudio Fonseca, vê a ampliação com reservas. "Seria mais
razoável ampliar o atendimento
de educação infantil. Estudos demonstram que há 197 mil crianças
de 0 a 6 anos fora da escola em São
Paulo para ser atendidas."
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|