São Paulo, Sábado, 09 de Outubro de 1999
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Para aluno, "bolsa" é excludente

da Reportagem Local

Para líderes universitários, os números divulgados pelo MEC confirmam as características "excludentes que sempre foram apontadas ao Fies".
O principal problema abordado é a exigência de comprovação de renda mínima. "Quando o governo faz isso, ele impede que as pessoas que têm maior necessidade consigam um financiamento", afirma Wadson Ribeiro, 23, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).
No Fies (Financiamento Estudantil), a comprovação de renda é fator determinante para a concessão de financiamento.
Se o valor que o aluno tem de pagar à faculdade superar 60% de sua renda média familiar, ele não consegue o crédito. Floriano Pesaro, diretor do Fies afirma que não ficaram de fora apenas as pessoas muito carentes, mas também aquelas que escolheram cursos caros, como os de odontologia e de medicina, que chegam a R$ 1.000 ou mais de mensalidade.
"Esses critérios não existem. Você exclui uma pessoa de um crédito educativo porque ela tem condições de pagar a universidade, mas não porque escolheu um curso caro ou porque não tem condições para pagar", disse Daniel Vaz, 24, presidente da União Estadual de Estudantes.
O Fies foi criado em maio de 99 em substituição ao Creduc (Crédito Educativo) e os alunos vão passar a receber o financiamento no dia 30 deste mês.
(CLEIDE FLORESTA)


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