São Paulo, Sábado, 09 de Outubro de 1999
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Critérios mudam em 2000, diz ministro

CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio

Os critérios para a concessão do crédito educativo a estudantes carentes podem ser revistos a partir do próximo ano. A principal modificação deverá ser em relação ao comprometimento máximo da renda familiar permitido para que o aluno seja aceito no programa.
A afirmação foi feita ontem no Rio pelo ministro Paulo Renato Souza (Educação), que participou do 5º Seminário da Associação Cultural da Arquidiocese do Rio.
Pelos critérios em vigor, o MEC paga às universidades 70% do valor da mensalidade, em títulos públicos que podem, por sua vez, ser usados pelas universidades para abater dívidas com a Previdência, por exemplo.
Os outros 30% são pagos pelo aluno, mas, para que ele seja aceito no programa, precisa provar que esse percentual equivale a no máximo 60% da renda familiar.
Paulo Renato não detalhou as mudanças em estudo. Este ano, de acordo com o ministro, 83 mil alunos se inscreveram para obter o crédito educativo. Desse total, 23 mil não preencheram as condições necessárias por vários motivos, entre eles a renda mínima.
Paulo Renato afirmou que as mudanças não serão feitas este ano para que alunos que não se inscreveram não sejam prejudicados. Ainda de acordo com o ministro, outros 10 mil inscritos sobraram por terem ultrapassado a cota que cada universidade fixou para receber o crédito educativo.
Para esses alunos, Paulo Renato afirmou que irá tentar uma solução. "Vamos conversar com as faculdades para ver se podem revisar seus limites. Se puderem, nós, com muito prazer, incorporaremos os 10 mil adicionais."
O ministro da Educação disse que na próxima semana deverá divulgar um balanço sobre a situação dos cerca de cem cursos universitários que estão sendo reavaliados após terem obtido notas baixas nos provões.
"Algumas instituições estão recebendo um prazo de seis meses para se adequarem às recomendações do Conselho Federal de Educação. Em outras, a visita da comissão constatou que já tinham se adequado", disse.
Paulo Renato citou como exemplo o curso de direito da Universidade Mackenzie, de São Paulo. No curso haviam sido detectados problemas nos aspectos infra-estrutura e quadro de professores. "Os dois pontos já foram corrigidos, e o assunto foi resolvido."



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