São Paulo, Sábado, 09 de Outubro de 1999
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POLÍCIA
Operação inclui câmera de vídeo
Litoral tem plano contra arrastões

FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos

A Polícia Civil de Praia Grande (SP) deflagra hoje uma operação especial para evitar os arrastões que se repetiram na orla durante os últimos feriados prolongados.
As folgas de policiais civis no município estão suspensas até terça-feira. Quarenta e dois agentes e cinco delegados estarão nas ruas diariamente até a madrugada com a missão de realizar policiamento preventivo.
Uma equipe munida de câmera de vídeo vai circular pelo calçadão da orla a fim de inibir a ação dos grupos de adolescentes que, por meio da intimidação aos banhistas, promovem sequências de furtos e roubos de relógios, correntes e dinheiro. "As vezes, três, cinco ou oito garotos se reúnem nos feriados e finais de semana para roubar banhistas na areia e nos calçadões. Geralmente, simulam portar armas e acabam amedrontando as vítimas", declarou o delegado titular do município e coordenador da operação, Milson Sérgio Calves.
Policiais à paisana misturados ao público e 12 veículos de equipes especializadas estarão distribuídos pelos bairros com maior concentração de turistas na orla, como Jardim Guilhermina e Boqueirão, onde funcionará uma delegacia móvel.
A operação é uma tentativa de reação à multiplicação dos casos de furtos e roubos na orla no feriado de 7 de Setembro.
"O aumento foi mais acentuado em relação aos finais de semana normais e talvez tenha fugido um pouco do nosso controle. Temos esperança de que esse policiamento resulte numa diminuição dos casos", disse o delegado.
O comandante interino da PM em Praia Grande, tenente Carlos Alberto de Moraes Pinto, afirmou que os policiais militares têm muita dificuldade de prender os autores desses delitos porque eles se livram rapidamente dos objetos roubados.
A proposta de instalação de câmeras de vídeo e de uso de helicópteros para o policiamento da orla está gerando troca de farpas entre o secretário estadual da Segurança Pública e o prefeito de Santos, Beto Mansur (PPB).
Inconformado com a declaração do secretário segundo a qual o sistema ainda não está implantado porque os prefeitos da região não o procuraram para firmar uma parceria, Mansur enviou telegrama à secretaria no qual se dizia aberto a um acordo, mas pedia uma proposta concreta.
O secretário respondeu por meio de fax encaminhado na noite de anteontem oferecendo aos prefeitos da região um acordo para a compra de dois helicópteros Esquilo novos no valor de R$ 2,3 milhões cada um.
A proposta prevê a aquisição dos helicópteros pelos municípios. Em contrapartida, a secretaria oferece o piloto e assume as despesas de operação, manutenção, combustível, seguro e base de operações. Caso a proposta seja considerada desvantajosa, o secretário também propõe a "inversão do ônus" -a secretaria compraria os helicópteros e os prefeitos assumiriam os demais encargos, cujo custo, segundo o secretário, "é muito mais alto" do que o investimento para a compra dos aparelhos.



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