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PREVARICAÇÃO
Bertoldo Salum é acusado de não fazer nada para impedir atuação de fantasmas no
instituto
Superintendente do Iprem é indiciado
CHICO DE GOIS
da Reportagem Local
O delegado Wagner Giudice indiciou ontem por prevaricação
(saber de uma irregularidade e
não tomar nenhuma atitude para
coibi-la) o superintendente do
Iprem (Instituto de Previdência
Municipal), Bertoldo Salum.
O indiciamento aconteceu porque funcionários do instituto
confessaram à polícia que não
compareciam para trabalhar por
orientação do superintendente.
Muitos dos "fantasmas" eram ligados a vereadores ou políticos
que apoiam o ex-prefeito Paulo
Maluf.
Um dos depoimentos que comprometeu o superintendente do
Iprem foi do técnico em informática, Luiz Fernando de Oliveira
Campos.
Ele estava registrado na Prodam
(Companhia de Processamento
de Dados do Município), mas havia sido transferido para o Iprem.
Seu salário era de R$ 6.011,16, mas
não aparecia no Iprem. Ele afirmou à polícia que fazia serviço de
informática em casa e não era
obrigado a dar expediente no instituto.
A maioria dos funcionários
considerados "fantasmas" pelo
Ministério Público Estadual e a
polícia ganhava entre R$ 2 mil e
R$ 6 mil. Muitos estavam registrados na Prodam, mas lotados no
Iprem.
Em 5 de maio, promotores do
Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) fizeram uma visita surpresa
ao instituto e constataram que, de
uma lista de 12 funcionários suspeitos de serem fantasmas, somente quatro estavam trabalhando. As listas de presença, no entanto, estavam assinadas até dia
15.
Ouvidos pela polícia, alguns
desses servidores citaram Salum
como o contato para a admissão
na empresa. Duas servidoras disseram, ainda, que não fizeram nenhum exame para a admissão no
instituto.
O superintendente negou que
soubesse das irregularidades. Ele
não quis falar com a imprensa.
Para o delegado, no entanto, Salum não foi convincente em seu
depoimento.
"Alguns dos funcionários fantasmas estavam lotados em salas
ao lado da superintendência e era
impossível ele não saber o que estava acontecendo", disse Giudice.
Essa não é a primeira vez que
Salum é acusado de irregularidades no serviço público. Em abril,
ele também foi acusado de receber indevidamente salários do
Iprem e da Anhembi Eventos e
Turismo durante 10 meses. Ele foi
contratado em fevereiro de 1993
pelo Iprem e, em maio daquele
ano, passou para o Anhembi, embora continuasse trabalhando no
instituto.
Ele negou ter recebido os dois
salários. Disse que tinha um rendimento baixo no Iprem e o ex-prefeito Paulo Maluf decidiu contratá-lo por outro órgão, com um
salário maior.
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