DA REPORTAGEM LOCAL

Os 40 radares móveis de controle eletrônico da velocidade que operam em São Paulo deverão ser retirados das ruas temporariamente à noite e de madrugada.
Uma nota oficial divulgada à imprensa pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) diz que a empresa "estuda a suspensão da utilização" desses aparelhos "no período noturno como forma de prevenir novas ocorrências". Um executivo ligado às operadoras, entretanto, afirmou à Folha que a medida já passaria a valer a partir da noite de ontem.
Em seu comunicado, a CET diz que vai "apurar administrativamente o ocorrido, verificando a execução do contrato, já que o mesmo não prevê a contratação de seguranças armados". A companhia não informou, porém, se haverá punição às empresas.
As operadoras dos radares móveis se reuniram com a CET pela manhã e afirmaram que as agressões aos funcionários inviabilizam a manutenção dos equipamentos das 21h às 6h, quando as avenidas estão escuras e há movimento reduzido de veículos.
Elas articulam um aditivo contratual para receber um valor maior de remuneração -que compensaria a contratação de seguranças. Outra alternativa sugerida por elas é a disponibilização de guardas-civis, que fariam plantões ao lado dos equipamentos.
Os atuais radares móveis entraram em operação no último dia 6 de agosto, depois de São Paulo ficar mais de oito meses sem esses aparelhos, por falta de contrato. A média de multas estimada é de 50 mil por mês. A CET também mantém 40 radares fixos e 98 lombadas eletrônicas.
No segundo semestre de 2002, uma resolução do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) chegou a considerar obrigatória a presença de um agente público ao lado de cada radar móvel. A medida foi derrubada neste ano -na avaliação de técnicos, ela inviabilizaria os serviços.
Desde 1997, quando São Paulo implantou a fiscalização eletrônica da velocidade, apenas um funcionário das empresas terceirizadas havia morrido no trabalho, em 2002 -ele foi atropelado na marginal Tietê quando mexia em um aparelho móvel.


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