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São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2003

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Arma usada no crime era da Polícia Militar

DA REPORTAGEM LOCAL

O sargento da Polícia Militar Carlos Roberto Valereano usou a arma da própria corporação para matar o comerciante Samuel Escobar Carrasco ontem.
Valereano usava no bico como segurança o revólver calibre 38 recebido da PM para atuar como policial.
Foi isso que ele disse ontem ao se apresentar no 62º DP (Ermelino Matarazzo), na zona leste. O sargento apresentou a arma usada no crime, que vai ser encaminhada à perícia.
Ele disse que ficou andando pela região depois do crime, quando informou o comando da Polícia Militar sobre o ocorrido. Às 6h, se apresentou à Polícia Civil.
O Setor de Comunicação Social da PM informou que não sabia qual arma foi usada pelo sargento para matar o comerciante e que isso seria apurado pela Corregedoria da corporação.
O setor confirmou que os policiais militares têm autorização para portar as armas fora do horário de serviço, mas insistiu que o bico é proibido pela corporação.
O comerciante não tinha antecedentes criminais, de acordo com o delegado titular do 62º DP (Ermelino Matarazzo), Gilmar Pasquini Contrera.
Evangélico, casado há três anos e sem filhos, Carrasco era dono de uma pet shop na região havia 15 anos.
"Ele nunca foi agressivo, não brigava com ninguém. Não entendo por que fizeram isso com ele", afirmou a também comerciante Solange Escobar Carrasco, 29, irmã da vítima. "Policiais foram feitos para defender a gente, e não matar assim. Nós só queremos justiça", disse ela.
Segundo o comerciante Fábio Escobar, 32, primo da vítima, a família também pretende contratar um advogado para processar a Consladel, que contratou o PM irregularmente.
A reportagem não conseguiu contato ontem com o sargento e a PM não informou se ele tem advogado.


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