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ADMINISTRAÇÃO
Moradores de Pinheiros recebem folhetos com iniciativas do governo; prefeitura diz que objetivo é informar transtornos
Marta faz mala-direta para divulgar obras
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
As obras ainda não estão prontas, e algumas deverão ser entregues apenas em 2005, em outra
administração, mas a Prefeitura
de São Paulo já está divulgando
sua extensão e benefícios, que devem atingir a região de Pinheiros,
na zona oeste da cidade.
Por meio dos folders coloridos
de seis páginas -em papel cuchê-, que começaram a chegar
às casas da região via mala-direta,
os moradores são informados de
iniciativas do Executivo que
abrangem principalmente o trânsito, com a realização de obras
viárias, além de habitação, com a
construção de 16 prédios.
As obras integram o programa
São Paulo Melhor, divulgado pela
prefeitura em 8 de setembro. No
total, serão investidos R$ 612 milhões nesses projetos. Os recursos, segundo a prefeitura, virão da
Operação Urbana Faria Lima,
Operação Urbana Água Espraiada e da Associação Colméia.
Entre as obras previstas está o
bulevar JK, que vai custar R$ 119
milhões, e consiste na continuidade do rebaixamento da via expressa, construindo e complementando a avenida Juscelino
Kubitschek, ligando o túnel do
Tribunal de Justiça com o encontro da avenida das Nações Unidas. A previsão de conclusão é o
primeiro semestre de 2005.
Outra iniciativa que deverá ser
concluída na mesma data é a
construção de duas pontes estaiadas, com aproximadamente 1.200
metros cada uma, interligando as
avenidas Água Espraiada e Luís
Carlos Berrini com a pista sul da
marginal Pinheiros. E há, ainda,
as faixas exclusivas para ônibus,
chamadas "passa-rápido", com a
construção de estações de ônibus
nos canteiros centrais, incluindo a
avenida Rebouças. A associação
de moradores é contra.
Além dos folders, a prefeitura
também está distribuindo nas
ruas outro material informativo
dando conta das futuras alterações no trânsito. Esses panfletos
são pagos pelas construtoras que
tocarão as obras, segundo informou a prefeitura. Os que foram
enviados para as casas, porém,
são pagos pela prefeitura, que não
informou quantos panfletos encaminhou nem o custo deles.
O secretário municipal do
Abastecimento, Valdemir Garreta, responsável pelo projeto São
Paulo Melhor, disse que "todas as
obras anunciadas já foram iniciadas ou estão em fase final de contratação das empresas".
Garreta afirmou que "a prefeitura está se antecipando" ao informar à população os transtornos que serão causados no sistema viário por causa das mudanças. Mas nem sempre foi assim.
No viaduto Engenheiro Orlando Murgel, que liga a avenida
Rudge à avenida Rio Branco, na
Barra Funda, a prefeitura faz uma
obra no local -desde o início do
ano-, mas não há placa informando que tipo de obra, prazo de
conclusão ou valor e nenhum
panfleto chegou a ser distribuído
aos moradores da região para explicar os transtornos.
O advogado Márcio Cammarosano, especialista em direito público, diz que o fato de a prefeitura
fazer propaganda de obras que
ainda não fez não significa uma
violação à Constituição.
De acordo com o advogado, haveria irregularidade se o folder
trouxesse foto, nome da prefeita
ou do partido (o que não ocorre).
"A Constituição proíbe promoção pessoal, mas ressalva a divulgação de informações sobre realizações do governo."
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