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INFÂNCIA
Nos últimos dois dias, 15 crianças que pediam donativos ou vendiam balas no farol foram retiradas das ruas de Ribeirão Preto
Juiz manda recolher crianças pedintes
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
Quinze crianças que pediam donativos ou vendiam objetos e balas pelas ruas de Ribeirão Preto
foram recolhidas nos dois últimos
dias por equipes da prefeitura e levadas a um abrigo mantido pela
administração municipal.
A operação cumpriu a portaria
do juiz da Vara da Infância e da
Juventude de Ribeirão, Guacy Sibille Leite, publicada na semana
passada. O juiz determinou o recolhimento das crianças e adolescentes com o objetivo de tentar
evitar que eles sejam explorados
pelos pais ou sejam inseridos no
mundo das drogas e do crime.
O promotor da Infância e da Juventude, Marcelo Pedroso Goulart, afirmou que estudará a portaria para ver se há ilegalidade.
Desde anteontem, funcionários
da Secretaria da Cidadania foram
aos principais pontos de mendicância e vendas de objetos nas esquinas de avenidas de maior fluxo
de veículos. O antigo prédio do
Centro de Atendimento à Criança
e Adolescente Vitimizados foi improvisado como abrigo.
Na tarde de ontem, dez crianças
-com idades entre dez e 13
anos- ainda permaneciam no
prédio aguardando autorização
do juiz para voltar para casa. Antes de liberá-las, os responsáveis
passavam por uma audiência
com o magistrado.
"Ontem [anteontem] na delegacia, queriam bater no meu marido, que é deficiente. Me falaram
que eu iria perder a guarda da minha filha. Não tem exploração nenhuma. Todo dinheiro que minha filha ganha é para comprar as
coisinhas dela", disse a dona-de-casa Maria Cristina Vieira de Moraes, 38, que teve a filha recolhida.
Segundo o secretário da Cidadania, Jorge Parada, as crianças,
após serem liberadas pela Justiça,
serão acompanhadas por equipes
de sua pasta para tentar evitar o
retorno delas às ruas.
O juiz foi procurado na tarde de
ontem para comentar o assunto,
mas afirmou, por meio de funcionários, que não podia atender a
reportagem porque estava em audiência. À TV, disse que os pais terão que explicar porque permitem que seus filhos sejam submetidos ao perigo nas ruas.
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