São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2005

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Nova York vive busca por bairro do "momento"

RICARDO BAIROS
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

Em Nova York, a procura pelo próximo bairro "do momento" é uma obsessão geral. Depois dos SoHo nos 80 e de lugares como o Chelsea e o East Village nos início dos 90, foi a vez do Lower East Side e do Brooklyn -as vedetes da virada do milênio na metrópole.
Agora, até partes dos antes desprezados Queens e Bronx já viraram lugares badalados. Williamsburg, reduto alternativo e barato até cerca de dois anos atrás, já foi invadido por gente de Wall Street, a meca do capitalismo norte-americano.
Apartamentos com preços na casa dos milhões de dólares não são novidade por ali.
Em um mercado imobiliário superaquecido, a onda de renovação já chegou a locais mais afastados, como o Red Hook, no Brooklyn, um lugar sem metrô e com poucas linhas de ônibus, mas com lofts bacanas e uma vista excelente de Lower Manhattan e da estátua da Liberdade.
Bushwick, também no Brooklyn, é o destino mais procurado pelos novos sem-loft. Os preços são mais em conta, mas os prédios industriais estão detonados e o bairro é, para dizer o mínimo, ermo.
Long Island City, no Queens, e partes do sul do Bronx também estão em processo de transformação, por conta de suas construções industriais, que lembram o cenário do SoHo dos anos 80.

Rumo ao norte
O temido Hell's Kitchen (ou cozinha do inferno'), das gangues de "West Side Story", é o novo Chelsea (o descolado bairro gay de Nova York, hoje com preços abusivos para moradia). Lá existem jovens que fizeram a mudança rumo ao norte e seus novos bares e restaurantes bacanas.
A valorização de bairros marginalizados é hoje um fenômeno que acontece em várias partes da cidade ao mesmo tempo. E estende-se até outros estados. Poucos meses atrás o jornal "New York Times" afirmou que o "bairro" da vez é uma cidade: a Filadélfia, no Estado da Pensilvânia.
Aluguéis muito em conta e uma crescente comunidade de artistas, que conta com o apoio da cidade (até internet grátis já foi prometida pela prefeitura), têm feito ex-Brooklynites (aqueles que não precisam estar em Nova York todos os dias) topar a viagem de uma hora e pouco de trem de vez em quando para estar lá.


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