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SAIBA MAIS
Nova York vive busca por bairro do "momento"
RICARDO BAIROS
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE NOVA YORK
Em Nova York, a procura pelo próximo bairro "do momento" é uma obsessão geral. Depois dos SoHo nos 80 e de lugares como o Chelsea e o East Village nos início dos 90, foi a vez
do Lower East Side e do
Brooklyn -as vedetes da virada do milênio na metrópole.
Agora, até partes dos antes
desprezados Queens e Bronx já
viraram lugares badalados. Williamsburg, reduto alternativo
e barato até cerca de dois anos
atrás, já foi invadido por gente
de Wall Street, a meca do capitalismo norte-americano.
Apartamentos com preços na
casa dos milhões de dólares
não são novidade por ali.
Em um mercado imobiliário
superaquecido, a onda de renovação já chegou a locais mais
afastados, como o Red Hook,
no Brooklyn, um lugar sem
metrô e com poucas linhas de
ônibus, mas com lofts bacanas
e uma vista excelente de Lower
Manhattan e da estátua da Liberdade.
Bushwick, também no
Brooklyn, é o destino mais procurado pelos novos sem-loft.
Os preços são mais em conta,
mas os prédios industriais estão detonados e o bairro é, para
dizer o mínimo, ermo.
Long Island City, no Queens,
e partes do sul do Bronx também estão em processo de
transformação, por conta de
suas construções industriais,
que lembram o cenário do SoHo dos anos 80.
Rumo ao norte
O temido Hell's Kitchen (ou
cozinha do inferno'), das gangues de "West Side Story", é o
novo Chelsea (o descolado
bairro gay de Nova York, hoje
com preços abusivos para moradia). Lá existem jovens que
fizeram a mudança rumo ao
norte e seus novos bares e restaurantes bacanas.
A valorização de bairros marginalizados é hoje um fenômeno que acontece em várias partes da cidade ao mesmo tempo.
E estende-se até outros estados.
Poucos meses atrás o jornal
"New York Times" afirmou
que o "bairro" da vez é uma cidade: a Filadélfia, no Estado da
Pensilvânia.
Aluguéis muito em conta e
uma crescente comunidade de
artistas, que conta com o apoio
da cidade (até internet grátis já
foi prometida pela prefeitura),
têm feito ex-Brooklynites
(aqueles que não precisam estar em Nova York todos os
dias) topar a viagem de uma
hora e pouco de trem de vez em
quando para estar lá.
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