São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prédio de 1928 abriu porta para circuito underground

DA COLUNISTA DA FOLHA

Há dois anos, uma casa de 1928 onde já funcionou uma oficina mecânica e uma loja de secos e molhados não mudou de nome, mas de perfil.
A Casas Belfiori, conhecida como Bar do Rock, fez uma esquina erma da Barra Funda entrar no roteiro de quem gosta de sair à noite em São Paulo.
Tanto a localização "exótica" como a construção antiga tornaram o lugar cultuado. Há dois meses, o Bar do Rock ganhou companhia. A poucas quadras foi inaugurado o Berlin, um bar com pista de dança e espaço para shows que é o mais badalado no circuito underground de São Paulo no momento.
Nos dois casos, os proprietários escolheram se instalar na Barra Funda propositalmente.
"Quando decidimos fazer um bar sabíamos que teria que ser aqui, pois eu e o meu sócio odiamos freqüentar lugares cheios e engarrafados, como a Vila Madalena", diz Klever Kinseley, o Porko, um dos donos do bar.
A empreitada, segundo ele, foi arriscada. "Sabíamos que muita gente não teria coragem de vir até aqui. Isso acabou sendo um alívio para os proprietários, já que evita a superlotação e a presença de um público mais "mauricinho"."
"Acho difícil que alguém saia de uma balada no Itaim para vir até aqui", complementa Porko.
Jonas Serodio, um dos donos do Berlin, era freqüentador do Bar do Rock. E decidiu também abrir um bar na mesma região.

Bom vizinho
"O Berlin tinha que ser aqui. Fazia parte do nosso projeto abrir uma casa na Barra Funda. Esse cenário com trilho de trem é muito legal e tem a ver com nossa proposta", explica.
O Berlin e a Casas Belfiori acabam servindo de aquecimento para quem freqüenta o maior clube da cidade, e um dos mais badalados de São Paulo, o De-Edge, que vive lotado e é localizado na escura rua Olga.
O preço dos aluguéis dos galpões é um dos atrativos para os proprietários. "Jamais teria dinheiro para abrir um lugar em Pinheiros ou na Vila Madalena. Aqui, é menos da metade", diz Jonas, que avisa que visitou vários galpões desocupados na hora de se decidir por uma antiga mecânica, que fica bem embaixo do prédio onde mora.


Texto Anterior: Saiba mais: Nova York vive busca por bairro do "momento"
Próximo Texto: Receita: Parceria faz SUS oferecer tratamento "VIP"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.