São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2008

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Armação livrou policial, diz mãe de jovem morto

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE, NO RIO

Durante quase oito horas, Daniela Duque manteve as mãos dobradas sobre um terço, quase imóveis. Só largou o objeto para apontar os dedos em riste contra o promotor Marcelo Monteiro, quando ele pediu a absolvição do policial militar Marcos Parreira do Carmo.
"Se tivesse sido o filho da promotora que fosse morto no lugar do meu filho, por um capanga meu, eu queria ver se ele iria ter saído inocente", disse.
Daniela foi expulsa do julgamento pelo juiz, mas, do lado de fora, aos prantos, afirmou ter havido uma armação para livrar o policial por ele ser segurança de uma promotora. E disse que não vai desistir de conseguir a condenação dele.
"Tudo ali foi montado, a começar pela investigação. Tudo é muito estranho nesse caso, desde a morte do meu filho. Não houve quase investigação, o júri foi muito rápido, três meses após o crime. Tem testemunhas que vieram falar comigo, mas que não quiseram depor porque estão com medo de ser ameaçadas", disse.
Apesar de ter se revoltado contra a decisão, Daniela disse não ter ficado surpresa. Ela afirmou ter sido avisada de que o promotor iria retirar a denúncia, mas o acusou, no julgamento, de desqualificar os depoimentos dos amigos de seu filho. "Ele [Monteiro] massacrou os amigos do meu filho e foi sutil com os amigos de Pedro [Velasco] o tempo todo. Ele tomou partido do outro lado, aplaudiu o que o PM fez. Ou seja, disse que o assassino confesso do meu filho agiu certo."
Monteiro, que chegou a chamar Daniela de "desequilibrada" ontem, negou ter havido corporativismo.
"A minha pergunta quando ela faz a acusação de corporativismo é a seguinte: os sete jurados são promotores, são casados com promotores? Acho que não", disse o promotor.


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