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Armação livrou policial, diz mãe de jovem morto
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE,
NO RIO
Durante quase oito horas,
Daniela Duque manteve as
mãos dobradas sobre um terço,
quase imóveis. Só largou o objeto para apontar os dedos em
riste contra o promotor Marcelo Monteiro, quando ele pediu a
absolvição do policial militar
Marcos Parreira do Carmo.
"Se tivesse sido o filho da
promotora que fosse morto no
lugar do meu filho, por um capanga meu, eu queria ver se ele
iria ter saído inocente", disse.
Daniela foi expulsa do julgamento pelo juiz, mas, do lado de
fora, aos prantos, afirmou ter
havido uma armação para livrar o policial por ele ser segurança de uma promotora. E disse que não vai desistir de conseguir a condenação dele.
"Tudo ali foi montado, a começar pela investigação. Tudo
é muito estranho nesse caso,
desde a morte do meu filho.
Não houve quase investigação,
o júri foi muito rápido, três meses após o crime. Tem testemunhas que vieram falar comigo,
mas que não quiseram depor
porque estão com medo de ser
ameaçadas", disse.
Apesar de ter se revoltado
contra a decisão, Daniela disse
não ter ficado surpresa. Ela
afirmou ter sido avisada de que
o promotor iria retirar a denúncia, mas o acusou, no julgamento, de desqualificar os depoimentos dos amigos de seu
filho. "Ele [Monteiro] massacrou os amigos do meu filho e
foi sutil com os amigos de Pedro [Velasco] o tempo todo. Ele
tomou partido do outro lado,
aplaudiu o que o PM fez. Ou seja, disse que o assassino confesso do meu filho agiu certo."
Monteiro, que chegou a chamar Daniela de "desequilibrada" ontem, negou ter havido
corporativismo.
"A minha pergunta quando
ela faz a acusação de corporativismo é a seguinte: os sete jurados são promotores, são casados com promotores? Acho que
não", disse o promotor.
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