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ROSA ABRAMVEZT (1944-2009)
A sonhadora e romântica Rosa, encontrada num jardim
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma brechinha na rotina, e
os dois sempre aproveitavam
para voltar ao jardim à beira-mar onde ela, Rosa, foi vista
pela primeira vez por ele,
Mauro, naquelas férias em
Santos (SP). Eles gostavam de
relembrar aquele momento.
Rosa Abramvezt era uma
jovem "sonhadora" e "romântica". O namoro que engatou
foi inicialmente tempestuoso, pois o pai, um judeu russo
que veio ao país fugindo da
perseguição religiosa, tinha
outras pretensões para a filha.
"Eu não era de uma família
abastada", lembra Mauro.
Em 1964, vencendo as resistências, os dois se casaram.
Ela, que era formada em secretariado, decidiu estudar
direito e ajudou por um tempo o marido, que é advogado.
Vieram os filhos e, aos poucos, as dificuldades financeiras foram superadas. O casal
conseguiu comprar uma casa
em São Paulo com jardim, onde Rosa se ocupava das plantas. Com talento para as artes
plásticas, ela começou a pintar e a fazer esculturas. Participou de exposições e deixou,
entre seus muitos quadros,
um autorretrato, que fica no
escritório do marido.
Sua principal vontade era
ter viajado muito, o que não
pôde fazer. "Quando eu tinha
cliente, não podíamos viajar
por causa do trabalho. Quando não tinha, não viajávamos
porque aí não tinha dinheiro", conta o marido.
Há cerca de três anos e
meio, Rosa descobriu um tipo
de leucemia. No domingo, ela
não resistiu à doença e morreu aos 65, após sofrer uma
parada cardíaca. Teve quatro
filhos e cinco netos.
coluna.obituario@uol.com.br
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