São Paulo, sexta-feira, 09 de outubro de 2009

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ROSA ABRAMVEZT (1944-2009)

A sonhadora e romântica Rosa, encontrada num jardim

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma brechinha na rotina, e os dois sempre aproveitavam para voltar ao jardim à beira-mar onde ela, Rosa, foi vista pela primeira vez por ele, Mauro, naquelas férias em Santos (SP). Eles gostavam de relembrar aquele momento.
Rosa Abramvezt era uma jovem "sonhadora" e "romântica". O namoro que engatou foi inicialmente tempestuoso, pois o pai, um judeu russo que veio ao país fugindo da perseguição religiosa, tinha outras pretensões para a filha.
"Eu não era de uma família abastada", lembra Mauro.
Em 1964, vencendo as resistências, os dois se casaram.
Ela, que era formada em secretariado, decidiu estudar direito e ajudou por um tempo o marido, que é advogado.
Vieram os filhos e, aos poucos, as dificuldades financeiras foram superadas. O casal conseguiu comprar uma casa em São Paulo com jardim, onde Rosa se ocupava das plantas. Com talento para as artes plásticas, ela começou a pintar e a fazer esculturas. Participou de exposições e deixou, entre seus muitos quadros, um autorretrato, que fica no escritório do marido.
Sua principal vontade era ter viajado muito, o que não pôde fazer. "Quando eu tinha cliente, não podíamos viajar por causa do trabalho. Quando não tinha, não viajávamos porque aí não tinha dinheiro", conta o marido.
Há cerca de três anos e meio, Rosa descobriu um tipo de leucemia. No domingo, ela não resistiu à doença e morreu aos 65, após sofrer uma parada cardíaca. Teve quatro filhos e cinco netos.

coluna.obituario@uol.com.br


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