Passageiros que estavam na Central do Brasil protestam contra atrasos e são dispersados pela PM com bombas de gás

Coronel diz que contenção foi adequada; segundo ele, usuários jogaram pedras em policiais, quebraram lixeiras e tentaram incendiar trens

André Luiz Mello/Agência ODia

Policiais daTropa de Choque da PM do Rio chamados para conter protesto contra atraso de trens

JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Um dia após os tumultos que pararam por quase seis horas o sistema ferroviário da Baixada Fluminense, os usuários de trens do Estado do Rio de Janeiro enfrentaram ontem mais atrasos e bombas de gás lacrimogêneo atiradas pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, desta vez na estação Central do Brasil, no centro do Rio.
Por volta das 16h30, um trem vazio apresentou um problema operacional e causou atraso na saída de outros trens, o que desencadeou protestos dos passageiros que estavam na estação.
A Supervia -concessionária que administra os trens- acionou a polícia. Cerca de 80 policiais lançaram gás lacrimogêneo nas cerca de 500 pessoas que estavam na estação e tentaram evacuar a área.
Testemunhas dizem que o gás intoxicou várias pessoas -cinco foram levadas ao hospital. "Vi uma mulher grávida desmaiada. É assim que a polícia e a Supervia tratam a gente. Não havia necessidade de truculência. Ninguém depredou nada", protestou o servidor público Júlio Gonçalves, 31.
Para o coronel Carlos Henrique Lima, a contenção foi correta. "A multidão jogou pedras nos PMs; vi um soldado ferido. Jogaram lixeiras no chão, derrubaram bancos, tentaram incendiar trens e avançaram contra as bilheterias."
O coronel disse ainda que a concessionária errou em não usar o sistema de alto-falante e em ter chamado primeiramente a PM. "Onde as pessoas iam ficar? Na rua?", questionou.
O militar disse ter achado estranho a série de problemas da Supervia. "Parece sabotagem. Ontem [quarta], os problemas na Baixada; hoje, os problemas em plena hora do rush..."
A Supervia divulgou nota explicando os transtornos, mas não comentou a ação policial. Segundo a concessionária, a estação foi reaberta às 17h40.


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