São Paulo, terça-feira, 09 de novembro de 2004

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No Rio, policiais são acusados por três mortes

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Três policiais militares que atuam na região metropolitana do Rio de Janeiro são acusados de assassinar três jovens, entre eles uma adolescente de 13 anos, na favela Buraco de Cobra, no bairro Boassu, em São Gonçalo.
O crime, ocorrido no dia 7 de agosto, é mais um caso de violência policial no Rio e não foi incluído no relatório "Violência Policial e Insegurança Pública", divulgado no último dia 21 pela ONG (organização não-governamental) Justiça Global.
Apesar de terem sido denunciados por triplo homicídio duplamente qualificado (motivação torpe e impossibilidade de defesa), os policiais suspeitos estão soltos. Ligados ao serviço reservado da PM, foram identificados como os sargentos Anderson Medeiros da Silva, Wladimir Damasco Freitas e Michel Leandro Duarte da Silva.
Os mortos foram identificados como Luciana Barbosa de Freitas, 13, João Carlos Raposo, 19, e Luiz Eduardo Sales, 15. Segundo a denúncia, os três conversavam na porta da casa de Luciana quando policiais chegaram atirando.
Autor da acusação, o promotor Paulo Roberto Melo Cunha Júnior afirmou que duas testemunhas viram os jovens sendo assassinados pelos policiais sem chance de defesa.

Outro lado
Na ocasião, os PMs disseram que as três vítimas eram traficantes e estavam com dois revólveres e uma pistola. Afirmaram também que o caso foi um auto de resistência, ou seja, os adolescentes atacaram, e os policiais agiram em legítima defesa. Para o comandante do 7º Batalhão, tenente-coronel Marcos Jardim Gonçalves, é difícil acreditar nas acusações creditadas aos seus três comandados. "São bons policiais, combatentes e sempre realizaram grandes ações. Estão sendo injustiçados, inclusive, pela própria corporação", disse Gonçalves.


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