DA REPORTAGEM LOCAL

A caixa-preta do Learjet que caiu em São Paulo e matou oito pessoas será encaminhada pelo governo brasileiro para análise nos EUA no domingo -uma semana após o acidente.
O aparelho será periciado nos laboratórios da NTSB (National Transportation Safety Board, agência que investiga acidentes da aviação civil nos EUA), em Washington.
A decisão foi tomada ontem após reunião no Seripa (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), em São Paulo, entre Aeronáutica, NTSB, FAA (agência de avião norte-americana), Bombardier (fabricante do Laerjet), e Honeywell (responsável pelas turbinas do jato).
Todos integram a comissão internacional para investigar as causas do acidente.
Nesse tipo de aeronave, a caixa-preta funciona como gravador de voz. Nela, estão as conversas entre a tripulação do jato acidentado e os controladores de vôo da torre do Campo de Marte, na zona norte.
Foi dessa pista que o avião decolou, virou à direita (ao invés de virar à esquerda), perdeu o controle e caiu sobre casas no bairro da Casa Verde, poucos segundos após decolar.
Como a caixa-preta foi bastante avariada no acidente, a Aeronáutica não tem tecnologia capaz de periciar o equipamento sem risco de perder informações -o que só faz quando o equipamento está intacto.
De acordo com o tenente-coronel Wagner Cyrillo, chefe do Seripa, dois membros da comissão seguirão com os peritos estrangeiros aos EUA para acompanhar a análise.

Polícia Civil
A Polícia Civil, que apura as responsabilidades criminais pelo acidente, encerrou ontem a primeira fase dos depoimentos das testemunhas que viram a queda do jato ou se feriram.
Em um dos 32 depoimentos, um policial civil afirmou ter visto da janela de seu apartamento a turbina do Learjet explodir e pegar fogo. Em outro, um corretor disse que viu o avião virar de ponta cabeça antes de cair. (KLEBER TOMAZ, ROGÉRIO PAGNAN E EVANDRO SPINELLI)


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