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Bebê de 21 dias é seqüestrado na zona norte
Falsa assistente social ofereceu emprego à mãe e, no caminho para a suposta entrevista profissional, sumiu com a criança
Segundo moradoras da favela onde a vítima mora, três outras mulheres também foram abordadas; polícia não tem pistas
CARLA MONIQUE BIGATTO
DO "AGORA"
Uma falsa assistente social
seqüestrou, na tarde de anteontem, um bebê de 21 dias em
Santana, na zona norte de São
Paulo. Ela bateu na porta da casa da mãe da criança, oferecendo-lhe um emprego e uma cesta básica. Quando levava a dona-de-casa para a suposta entrevista profissional, a criminosa sumiu com o bebê e a bolsa
de documentos da mãe. A polícia ainda não tem pistas da acusada nem da criança.
Segundo moradoras da favela
Recanto do Paraíso, em Perus
(zona norte), onde a vítima mora, três outras mulheres do
bairro também foram abordadas anteontem por uma pessoa
que se apresentava como assistente social. Ela procurava donas-de-casa que tivessem tido
bebês recentemente, para prestar atendimento à mãe, ao bebê
e à família.
Uma das casas visitadas foi a
de Eliene Brandão de Souza,
34. Para ela, a "assistente social", que em nenhum momento disse seu nome, ofereceu
cesta básica para a família e
duas possibilidades de emprego em empresas de Santana: vaga de secretária ou ajudante de
cozinha.
Solteira, desempregada e
mãe de outros três filhos, Eliene aceitou a proposta, que incluía ainda uma vaga em um
berçário para o pequeno Gabriel, nascido em 17 de novembro deste ano.
Loja
As duas tomaram um lotação
para Santana. O transporte foi
pago pela falsa assistente social. Eliene saiu de casa vestindo saia, blusa e carregando os
pertences do bebê, que ficaria
em um berçário durante a
entrevista.
Com a desculpa de que não
seria de "bom tom" se apresentar no novo emprego de saia, a
suposta assistente social sugeriu que as duas descessem na
avenida Voluntários da Pátria,
onde ela mesma compraria
uma calça para a candidata ao
emprego.
Elas entraram em uma loja e
escolheram a peça. No momento em que a dona-de-casa entrou no provador, a mulher saiu
com a criança, levando também
a bolsa da vítima. "Foi questão
de segundos. Fechei a cortina e
ela sumiu. Nem cheguei a vestir
a calça", afirmou Eliene. As
funcionárias da loja, segundo
ela, também não perceberam
quando a mulher saiu. "Ela foi
muito ágil."
Eliene não sabe ao certo se a
mulher queria vender a criança
ou ficar com ela para si. "Ela
usava trajes de gestante e estava bem "fortinha". Chegou a
contar que estava grávida de
quatro meses", afirmou.
Para a dona-de-casa, a mulher não agiu sozinha. "O celular dela tocava o tempo todo,
mas não consegui ouvir as conversas. Ela só dizia que era o patrão que estava ligando." Ontem, Eliene esteve em uma delegacia para fazer um retrato
falado da criminosa.
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