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PF vai investigar assalto a Ellen Gracie em falsa blitz
A presidente do STF e o vice, Gilmar Mendes, foram abordados por 6 criminosos, no Rio
Pertences e o carro onde eles estavam foram levados pelos criminosos; escolta era realizada por seguranças do TRF da 2ª Região
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou
ontem que a Polícia Federal vai
investigar o assalto a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, e ao vice-presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, quinta-feira no Rio. Segundo ele, a iniciativa foi tomada porque o crime envolve a maior autoridade
do Poder Judiciário.
"Importante é que a PF vai
entrar no caso, porque se trata
da primeira mandatária do Judiciário brasileiro, e vai ajudar
a decifrar o crime que, felizmente, não teve conseqüências
contra a pessoa", disse.
Os integrantes do STF foram
vítimas de uma falsa blitz policial -realizada por criminosos
na saída da Linha Vermelha-
momentos depois de desembarcarem no Rio, na noite de
quinta. Mendes e Ellen Gracie,
a quarta na linha de sucessores
eventuais do presidente da República, eram escoltados por
seguranças do TRF da 2ª Região (Tribunal Regional Federal) e não por policiais federais,
como a lei lhes permite.
Pelo menos seis homens em
dois carros, uma picape preta e
um Honda Civic preto, fecharam a pista e abordaram os ministros, que tiveram todos os
pertences, além do carro, levados pelos criminosos.
Os ministros estavam no
mesmo carro, um Zafira branco, e foram abordados no acesso da via expressa à avenida Perimetral. Eles vieram de Brasília a bordo de um jato oficial e
tinham desembarcado na Base
Aérea do Galeão para participar, ontem, das comemorações
do Dia da Conciliação, no Tribunal de Justiça do Rio.
Os ministros foram abandonados no local do crime e o carro foi encontrado, pouco depois, no Maracanã. Ali, os criminosos roubaram um Gol. Os
dois foram resgatados pelos seguranças que faziam a escolta e
levados até o hotel.
Pouco depois do ataque aos
ministros, a bióloga Juliana
Valverde, 29, e seu marido, Sérgio Lima, 29, também foram assaltados no mesmo local. Eles
tiveram carteiras, relógios,
jóias e celulares roubados.
A bióloga prestou depoimento na 17ª DP. O delegado titular
da unidade, Fábio da Costa, não
descartou a possibilidade de
outros carros também terem
sido assaltados, mas não terem
prestado queixa.
A ministra não prestou depoimento, mas, segundo a assessoria de imprensa do STF,
preencheu um boletim de ocorrência na internet. Ainda de
acordo com a assessoria, ela
afirmou considerar o crime
uma "fatalidade". Costa afirmou que irá convidar a presidente do STF para prestar depoimento, mas ela não é obrigada a comparecer.
O motorista que a levava fez o
registro na delegacia. Ele, cujo
nome não foi revelado, não foi à
17ª DP, mas à 9ª DP, no Catete,
área do Palácio Laranjeiras (residência oficial da governadora). A governadora Rosinha
Matheus ligou para Ellen Gracie, logo que soube do fato. As
duas se encontraram no dia seguinte, durante solenidade no
Tribunal de Justiça do Rio.
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar o roubo do
carro. Segundo a assessoria de
imprensa da PF, desde 2004 o
STF não requisita escolta de
seus policiais, apesar de os ministros terem direito.
Depois do assalto, policiais
do Bope (Batalhão de Operações Especiais) fizeram uma
operação no complexo do Caju,
próximo ao local do crime.
Menos de 12 horas depois do
roubo, a Linha Vermelha foi fechada em razão da troca de tiros entre PMs e traficantes da
Vila dos Pinheiros, no complexo de favelas da Maré -ninguém ficou ferido.
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