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Incompleta, Oscar Freire inaugura sua nova cara
Iluminação decorativa e as grelhas que cercarão os ipês devem ficar para 2007
Reforma, que incluiu aterramento da fiação, custou R$ 8,5 mi, dos quais R$ 4,5 mi foram pagos pela prefeitura; "entrega" será amanhã
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pressionados pela chegada
do Natal, os lojistas da Oscar
Freire, nos Jardins (zona oeste
de São Paulo), decidiram inaugurar a nova cara da rua antes
que a reforma no local esteja
concluída. A "entrega" será
amanhã, às 10h.
As obras na rua, um dos centros de consumo de luxo paulistano, estarão 90% finalizadas,
estima a associação dos lojistas.
O restante será feito em janeiro, passado o melhor período
do ano para as compras -as
festas de final de ano.
Iniciada em outubro do ano
passado, a reforma da rua aterrou a fiação elétrica e removeu
100 postes, além de nivelar e
substituir as calçadas do trecho
entre a ruas Dr. Melo Alves e
Padre João Manoel. Ipês foram
plantados no espaço antes ocupado pelos postes.
Atrasaram, segundo a associação, a iluminação decorativa
e as grelhas que cercam os ipês.
O mesmo ocorrerá com o arremate nas calçadas -em trechos
próximos às lojas e à sarjeta que
ainda não receberam piso. Anteontem, montes de areia e pedra, pisos soltos e placas pelo
chão podiam ser vistos na rua.
O trecho recuperado abriga
130 lojas, 8 restaurantes, 1 café,
1 hotel e 2 galerias de arte.
Madrugada
A pressa da associação em
inaugurar a nova Oscar Freire
fez a empresa que coloca as calçadas trabalhar diariamente
até 2h da manhã.
O barulho incomoda os vizinhos. Cerca de 20 dias atrás, reclamações de ruído excessivo
renderam à Potenza, empresa
responsável pelo trabalho nas
calçadas, uma notificação do
Psiu (Programa de Silêncio Urbano). Na ocasião, vistoria dos
técnicos da prefeitura constatou que a obra emitia mais de
80 decibéis, superior em muito
aos 50 dB permitidos para o período entre 19h e 7h. O Psiu diz
que a empresa se comprometeu a não trabalhar mais nas
calçadas de madrugada.
A promessa, porém, não foi
cumprida. A Renger, subcontratada da Potenza para colocação dos pisos nas calçadas, admite colocar operários para
trabalhar além do combinado
com o Psiu: nos últimos dias,
cerca de 60 profissionais estão
trabalhando em dois turnos, alguns deles "além do horário".
O potiguar Antonio Bezerra
da Silva, 48, morador de Guarulhos (Grande SP), disse não folgar há mais de 40 dias. "A última foi no dia da eleição [31 de
outubro]", disse.
Após o fim das obras, Silva,
salário de R$ 700 não deve passar tão cedo pelo local -a oitava rua comercial mais luxuosa
do mundo, diz pesquisa da Excellence Mystery Shopping International.
"Compro o que preciso em
Guarulhos. Quando venho a
São Paulo, vou à 25 de Março."
O prefeito Gilberto Kassab
(PFL) e a representante da
Dior no Brasil, Rosângela Lyra,
presidente da associação dos
lojistas, comandarão a cerimônia amanhã.
Só os favorecidos
A saída dos operários deve
ser um alívio para a região. Ao
menos é o que indica informe
da associação de lojistas e da
prefeitura: "No lugar dos operários, homens e mulheres bem
vestidos e com a aparência favorecida em todos os aspectos".
A assessoria de imprensa da associação diz que o fim das obras
fará mulheres deixarem de andar pela rua de tênis no lugar de
sapatos, para conseguir andar
nas calçadas quebradas.
A reforma da Oscar Freire
custou R$ 8,5 milhões, dos
quais R$ 4,5 milhões pagos pela
prefeitura, R$ 3 milhões pela
operadora de cartões American
Express e R$ 1 milhão dividido
entre os lojistas. O próximo
passo é ampliar a reforma para
outras trechos da rua, para
além da Padre João Manoel
-um protocolo de intenções
será assinado amanhã. "A idéia
é que seja 70% dos proprietários e 30% da prefeitura", afirma Andrea Matarazzo, secretário de Coordenação das Subprefeituras.
Colaborou EVANDRO SPINELLI , da Reportagem
Local
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