São Paulo, sábado, 09 de dezembro de 2006

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Pronta, rua Avanhandava espera só por inauguração

"Entrega" das obras executadas na via depende apenas da agenda do prefeito

Local de concentração de restaurantes, a rua na Bela Vista teve cabos enterrados e calçadas ampliadas, ao custo de R$ 1,5 milhão


EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A revitalização da rua Avanhandava, na região da Bela Vista, está pronta para ser inaugurada em janeiro, assim que a agenda do prefeito Gilberto Kassab (PFL) permitir.
Em cerca de 120 metros, entre as ruas Martinho Prado e Martins Fontes, local de grande concentração de bares e restaurantes -a maioria do empresário Walter Mancini- , as calçadas foram alargadas e fios e cabos, enterrados.
A um custo de R$ 1,5 milhão -bancado por uma operadora de cartões de crédito e pelos restaurantes da área, a obra sofre críticas. A prefeitura, que colocou guias e sarjetas e fez as galerias de águas pluviais, não soube estimar os seus gastos.
Walter Mancini diz que desconhece as críticas. "Agora não tenho mais críticas, só tenho aplausos", afirmou.
Tadeu Brás, engenheiro urbanista que elaborou o projeto, disse que até a circulação de carros melhorou, porque foi extinta a zona azul (estacionamento rotativo). "Tinha só uma faixa de circulação de carros. Agora, o trânsito chega no semáforo com duas faixas."
Brás afirmou que, como a rua está mais bonita, a circulação de pessoas aumentou em aproximadamente 15%.
A previsão inicial era que a obra fosse concluída até julho. Depois, o prazo mudou para setembro. A demora foi atribuída às obras subterrâneas, de implantação das galerias e enterramento de cabos e fios.
Brás disse que todas as obras que dependem do subsolo em São Paulo demoram para ser feitas. "O mapeamento em São Paulo não é confiável. Você nunca consegue terminar no prazo", disse o engenheiro.
Já o afundamento da rua era previsto, disse Brás. De acordo com ele, a implantação das galerias causou o afundamento, por isso a instalação do piso teve de esperar alguns meses.
O arquiteto Clayton Honório, idealizador do projeto de desenvolvimento da região do Bom Retiro, disse que reformar as calçadas não resolve o problema. "As alterações no espaço urbano precisam contemplar todas as demandas, senão serão excludentes."
Cândido Malta, arquiteto e professor da USP, concorda com o projeto de revitalização. "Precisamos sinalizar para o paulistano que a qualidade de vida tem a ver com a redução do número de veículos."
De acordo com a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, a Avanhandava não tem área para estacionamento e o comércio do local não pode reservar vagas na rua com cones.
A secretaria informou ainda que nunca recebeu reclamações em relação à reserva de vagas, mas que tomará providências quanto às reclamações que chegarem.


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