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Na periferia, ruas ainda aguardam asfalto
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
O caminhão de lixo não consegue passar pela rua inteira
-por ser de terra, cheia de buracos, e muito íngreme. Os moradores da rua Primavera, na
Vila Roseira 2 (zona leste de
São Paulo), precisam deixar os
sacos de lixo num poste que o
veículo alcança.
"Nós precisamos sempre ter
comida estocada porque, quando chove, é impossível sair de
casa. Ninguém passa na rua",
conta a dona-de-casa Priscila
Pereira da Silva, 23.
Enquanto a administração
municipal gasta R$ 4,5 milhões
com melhorias na rua Oscar
Freire, em área nobre da cidade, outras vias de São Paulo em
regiões periféricas estão abandonadas pelo poder público.
"Aqui, se chamar um táxi e
disser que é da rua Primavera o
motorista não vem. Eu, que tenho uma mercearia, preciso ir
comprar os produtos porque
ninguém quer vir entregar",
afirma o comerciante Marcelo
Luiz Barbosa, 38.
Na rua 29 de janeiro, no Lajeado, os moradores também
aguardam ansiosamente as
melhorias. "Sempre que é época de eleição eles prometem
que vão asfaltar. Mas isso nunca acontece", diz Maria Leonilia Vieira, 35, dona de um bar na
rua. "Acho que com asfalto diminuiriam as doenças também
na região. Muitas pessoas têm
alergia ao pó. Sem falar que,
quando chove, alaga tudo e fica
aquela lama por toda a parte."
A poeira é o que mais incomoda as famílias do local. "Meu
filho tem bronquite asmática e
sofre muito. Quando passa carro levanta muito pó. Além disso, suja muito a casa", diz a dona-de-casa Telma Cristina, 31.
Outra reclamação dela é que a
rede de esgoto entope direto na
rua. "Não sei exatamente porque, mas dá problema direto."
A dona-de-casa Elizabeth
Maria de Lima, 26, conta que,
quando chove, precisa sair com
sacolinhas de plástico nos pés
para não sujar o sapato. "Fica
um barro só", diz.
Outra reclamação recorrente
na região de Guaianases é com
relação à qualidade do asfalto
usado nas ruas.
"Jogaram o que eles chamam
de "semi-asfalto" na minha rua.
É só dar qualquer chuvinha que
fica cheio de buraco, praticamente se desfaz", diz a sorveteira Rejane Maria Damasceno
Gomes, 31, moradora da rua
Jacques Lacan, na Vila São Geraldo. A via está coberta parcialmente por asfalto, tem uma
parte de pedrinhas e outra com
areia. Não há calçada.
"Só quero um asfalto decente
e uma calçada bonita. É pedir
muito?", indaga a sorveteira.
Segundo a Subprefeitura de
Guaianases, as ruas Primavera
e 29 de Janeiro, além de suas
transversais, deverão ser pavimentadas até julho de 2007.
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