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Ilhabela quer que visitante pague taxa de preservação
Caso seja aprovado, o tributo será cobrado dos turistas a partir de 1º de janeiro
Prefeito se inspirou em Fernando de Noronha, mas a cobrança da taxa será feita por veículo e não por pessoa, como ocorre no arquipélago
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de Ilhabela, Manoel Marcos de Jesus Ferreira
(PTB), enviou na última semana um projeto à Câmara para
implementar uma Taxa de Preservação Ambiental no município. Se aprovado, o tributo será
cobrado dos turistas a partir de
1º de janeiro.
O prefeito diz ter se inspirado em Fernando de Noronha
(PE), onde ocorre medida semelhante. Ele já conseguiu, em
novembro, a aprovação para limitar o número de veículos na
ilha -poderão entrar no máximo 10 mil carros em feriados
prolongados e no período de
temporada. Essa medida, porém, passará a valer a partir de
março de 2008.
A cobrança da taxa, se passar
na Câmara, será feita por veículo (e não por pessoa, como
ocorre no arquipélago pernambucano). Carros e motos pagarão R$ 2; as caminhonetes pagarão R$ 3; as vans, R$ 100; os
microônibus, R$ 200; e os ônibus, R$ 300.
Em Fernando de Noronha, a
taxa de preservação é cobrada
de acordo com os dias que o turista permanece no local. Para
quem fica apenas um dia, o valor é de R$ 33,09. Já para quem
passa uma semana, o valor sobe
para R$ 205,21, por exemplo.
A idéia do prefeito de Ilhabela é cobrar o turista na saída do
arquipélago -e não importará
quantos dias tenha ficado no local. Os moradores, carros licenciados na cidade, veículos oficiais, ambulâncias, carros fúnebres e de concessionárias de
serviços básicos estão isentos.
De acordo com a proposta, o
valor cobrado será corrigido
mensalmente pelo IGPM (Índice Geral de Preços ao Consumidor, que mede a inflação).
Quem se recusar a pagar receberá uma multa de R$ 400.
A idéia, porém, não é bem recebida por diversos setores. Na
opinião de Mário Mantovani,
diretor da SOS Mata Atlântica,
a cobrança de taxa dá margem
para a corrupção.
Ferreira rebate e afirma que
todo o recurso arrecadado irá
para o Fundo Municipal de
Meio Ambiente da cidade e será investido na conservação de
áreas ambientais protegidas e
em educação ambiental.
Segundo Mantovani, o melhor mecanismo para conservar a região é incentivar hotéis
e pousadas e desestimular as
segundas moradias na ilha.
"Quando há moradia, a prefeitura é obrigada a instalar infra-estrutura. Com isso, há degradação do ambiente", afirma.
O presidente da Associação
de Hotéis, Bares, Restaurantes
e Similares de Ilhabela, Werner
Heffer Benz, 34, também vê
com cautela a taxa. Para ele, a
destinação teria de ser certamente para a área ambiental.
(AFRA BALAZINA)
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