São Paulo, quarta-feira, 09 de dezembro de 2009

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MARIA LUIZA DE BARROS
(1918-2009)


A professora da Unesp e sua compulsão em revisar

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Professora Maria Luiza de Barros recebia com frequência de Edgard, o sobrinho historiador, originais dos livros que ele andava escrevendo.
Ela lia, corrigia aqui e ali e devolvia o material, revisado.
Era implacável com os erros, conta o sobrinho. E não parava de persegui-los. Mesmo após a publicação do material, ela continuava lendo-o em busca de imperfeições.
Não que adiantasse alguma coisa, a obra já estava impressa, mas ela tinha essa mania. Durante sua vida acadêmica, escreveu artigos e mais artigos, nunca publicados, porque não permitia. Revisava os textos compulsivamente.
Nascida em Cajuru (SP), Maria trabalhou por um tempo como funcionária pública do Instituto do Café. Em meados dos anos 40, conseguiu bolsa de estudos e foi a Chicago (EUA) cursar psicologia.
Na década seguinte, já com mestrado e doutorado, integrou uma missão cultural brasileira no Paraguai. Lá, ensinou cultura brasileira, até se mudar para Marília (SP), onde passou a lecionar no instituto que daria origem ao campus da Unesp na cidade.
Na região, implantou a primeira escola de arte e educação infantil. Aposentou-se em 1973 como professora de psicologia da educação.
Desde então, quando não estava lendo, dedicava-se às plantinhas deixadas em casa.
Morreu no sábado, aos 91 anos, em decorrência de uma infecção generalizada. Solteira, não deixa filhos.

coluna.obituario@uol.com.br


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