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MARIA LUIZA DE BARROS
(1918-2009)
A professora da Unesp e sua compulsão em revisar
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Professora Maria Luiza de
Barros recebia com frequência de Edgard, o sobrinho historiador, originais dos livros
que ele andava escrevendo.
Ela lia, corrigia aqui e ali e devolvia o material, revisado.
Era implacável com os erros, conta o sobrinho. E não
parava de persegui-los. Mesmo após a publicação do material, ela continuava lendo-o
em busca de imperfeições.
Não que adiantasse alguma
coisa, a obra já estava impressa, mas ela tinha essa mania.
Durante sua vida acadêmica, escreveu artigos e mais artigos, nunca publicados, porque não permitia. Revisava os
textos compulsivamente.
Nascida em Cajuru (SP),
Maria trabalhou por um tempo como funcionária pública
do Instituto do Café. Em meados dos anos 40, conseguiu
bolsa de estudos e foi a Chicago (EUA) cursar psicologia.
Na década seguinte, já com
mestrado e doutorado, integrou uma missão cultural brasileira no Paraguai. Lá, ensinou cultura brasileira, até se
mudar para Marília (SP), onde passou a lecionar no instituto que daria origem ao
campus da Unesp na cidade.
Na região, implantou a primeira escola de arte e educação infantil. Aposentou-se
em 1973 como professora de
psicologia da educação.
Desde então, quando não
estava lendo, dedicava-se às
plantinhas deixadas em casa.
Morreu no sábado, aos 91
anos, em decorrência de uma
infecção generalizada. Solteira, não deixa filhos.
coluna.obituario@uol.com.br
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