São Paulo, quarta-feira, 09 de dezembro de 2009

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Deslizamento mata quatro irmãos na Grande São Paulo

Três crianças e um jovem de 20 anos dormiam no mesmo quarto, em Santana de Parnaíba, quando foram soterrados

Mais duas mortes foram registradas; uma na capital, em Sapopemba, outra em Itaquaquecetuba; uma pessoa está desaparecida

DO "AGORA"

As chuvas de ontem causaram seis mortes em desabamentos e deslizamentos em São Paulo. O total de vítimas no Estado neste mês chega a 22 pessoas e quase alcança a marca registrada no verão de 2008.
Nos primeiros sete dias de dezembro, 16 pessoas morreram no Estado em decorrência das chuvas segundo os dados computados pela Operação Verão, da Defesa Civil. O número representa 67% do total de 24 mortes registradas nos três meses do último verão -entre 1º de dezembro de 2008 e 31 de março deste ano.
O caso mais dramático aconteceu em Santana de Parnaíba (Grande SP). Um deslizamento matou quatro irmãos -três deles crianças. Eles dormiam juntos em um quarto de um barraco de quatro cômodos quando foram soterrados. Segundo os bombeiros, um barranco cedeu e desmoronou sobre o quarto por volta das 5h30, matando os gêmeos Juliana e Juliano, 7, Gilmara, 9, e João, 20.
Desesperado, Gilmar Souza dos Santos, 35, pai das três crianças, ajudou os bombeiros nos trabalhos de resgate. Foram sete horas de buscas. "Quanto mais escavava, mais descia terra", disse Santos.
Ele contou que momentos antes do deslizamento fazia café para ir para o serviço.

Outras mortes
Depois de anos juntando dinheiro para comprar a casa própria, a diarista Deusi Conceição Ferreira Serra, 57, morreu esmagada sob os escombros de seu imóvel. Segundo familiares, ela comprou a casa em outubro, na Vila Zélia, em Itaquaquecetuba (Grande SP).
A casa, que foi construída sobre um córrego, rachou ao meio quando a água subiu. "Ontem [anteontem] eu falei que ia dormir aqui, mas ela me deu uma bronca e falou para eu dormir com a minha mulher", contou o filho da diarista, Augusto Fabiano Serra, 35. A casa vizinha à da diarista também ruiu, mas os moradores escaparam.
Em São Paulo, o catador de papel Francisco Oliveira Lima, 45, morreu após parte de um barranco desabar, na madrugada de ontem, sobre seu barraco no Parque Santa Madalena, em Sapopemba (zona leste).
Lima estava dormindo no momento do acidente. Ele foi encontrado pelos bombeiros uma hora depois.
Em Cajamar (Grande São Paulo), um homem desapareceu desde a manhã de ontem, após ser levado pela correnteza no ribeirão dos Cristais.
Também ontem, um garoto de dois anos caiu em uma vala e morreu em São Vicente (65 km de SP). O caso, no entanto, não foi contabilizado pela Defesa Civil do Estado como morte por causa da chuva, apesar de os bombeiros acreditarem que a chuva colaborou para que a vala tivesse volume maior de água do que o normal.


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