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FOGO À VISTA
Bombeiros têm de nadar para apagar incêndio com baldes
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem o quartel dos bombeiros escapou. Na cabeceira
da ponte do Limão, na zona
norte, o posto da Casa Verde
teve a água na calçada.
Dos 33 modelos de carros
da corporação que atuam no
salvamento, só alguns, como
as motos, conseguiram sair
na manhã de ontem.
Ainda assim, houve bombeiros que tiveram de nadar,
com a enchente na altura do
peito, para chegar ao local da
ocorrência e apagar o incêndio com baldes enchidos com
a água da chuva.
"Era impraticável entrar
com qualquer veículo. Deixamos as motos lá e seguimos a
pé na rua alagada", disse o
sargento Edson Dutra.
Depois de também nadar
na água suja da chuva, o sargento Piter Droeger Blahobrazoff teve de entrar em
quarentena e tomar remédios profiláticos para prevenir doenças como leptospirose e hepatite.
"A água chegou no para-brisa do carro. Não teve jeito,
abri os braços e fui embora."
"O problema maior foi não
poder nos locomovermos, ficamos ilhados", disse o capitão Akamine, do quartel dos
bombeiros da Casa Verde, de
onde era possível chegar de
bote inflável no rio Tietê.
O que ninguém imagina é
que, em dias de enchente como ontem, aumentam os
chamados de incêndio.
"As casas mais antigas, que
não têm laje, têm muito curto-circuito. Os fios entram
em contato com a água", explica a soldado Sanches.
Apagar fogo, aliás, é o que
os bombeiros menos fazem
hoje em dia. Dos grandes incêndios, como os dos edifícios Joelma e Andraus, na
década de 1970, o sargento
Barcelar só ouviu falar. O último grande incêndio que
combateu foi há dez anos.
"De cada dez chamados, só
um ou dois são de incêndio.
O que dá mais ocorrência é
resgate", afirma o soldado
Takeda, que ontem recebia
por rádio e pela intranet do
quartel os pedidos de socorro da central de emergência.
(VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)
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