São Paulo, quarta-feira, 09 de dezembro de 2009

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FOGO À VISTA

Bombeiros têm de nadar para apagar incêndio com baldes

DA REPORTAGEM LOCAL

Nem o quartel dos bombeiros escapou. Na cabeceira da ponte do Limão, na zona norte, o posto da Casa Verde teve a água na calçada.
Dos 33 modelos de carros da corporação que atuam no salvamento, só alguns, como as motos, conseguiram sair na manhã de ontem.
Ainda assim, houve bombeiros que tiveram de nadar, com a enchente na altura do peito, para chegar ao local da ocorrência e apagar o incêndio com baldes enchidos com a água da chuva.
"Era impraticável entrar com qualquer veículo. Deixamos as motos lá e seguimos a pé na rua alagada", disse o sargento Edson Dutra.
Depois de também nadar na água suja da chuva, o sargento Piter Droeger Blahobrazoff teve de entrar em quarentena e tomar remédios profiláticos para prevenir doenças como leptospirose e hepatite.
"A água chegou no para-brisa do carro. Não teve jeito, abri os braços e fui embora."
"O problema maior foi não poder nos locomovermos, ficamos ilhados", disse o capitão Akamine, do quartel dos bombeiros da Casa Verde, de onde era possível chegar de bote inflável no rio Tietê.
O que ninguém imagina é que, em dias de enchente como ontem, aumentam os chamados de incêndio.
"As casas mais antigas, que não têm laje, têm muito curto-circuito. Os fios entram em contato com a água", explica a soldado Sanches.
Apagar fogo, aliás, é o que os bombeiros menos fazem hoje em dia. Dos grandes incêndios, como os dos edifícios Joelma e Andraus, na década de 1970, o sargento Barcelar só ouviu falar. O último grande incêndio que combateu foi há dez anos.
"De cada dez chamados, só um ou dois são de incêndio. O que dá mais ocorrência é resgate", afirma o soldado Takeda, que ontem recebia por rádio e pela intranet do quartel os pedidos de socorro da central de emergência.
(VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)


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