São Paulo, quarta-feira, 09 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Falha afetou a vazão de água no rio Tietê

Defeito em uma das quatro bombas usadas para esvaziar o Pinheiros e aliviar o Tietê acabou prejudicando a operação

Bombas são usadas para desviar excesso de água para a Billings; foi o 2º trasbordamento do rio após rebaixamento da calha

DA REPORTAGEM LOCAL

Os impactos da chuva que atingiu São Paulo foram agravados pelo não funcionamento de uma das bombas da Usina Elevatória de Traição, no rio Pinheiros, sob responsabilidade do governo do Estado.
Para conter as enchentes, ela tem a função de inverter a trajetória do rio, direcionando as águas para a represa Billings.
A gestão José Serra (PSDB) disse que uma das quatro bombas sofreu um defeito hidráulico e 25% da capacidade de bombeamento foi comprometida, estrangulando a possibilidade de escoamento do Tietê.
A informação, reconhecida pelo Estado no final da tarde, foi parcialmente antecipada horas antes pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM), ao pedir vazão mais rápida na usina.
Além do volume excessivo de chuva (na bacia do Alto Tietê foi equivalente a dois terços do total previsto para dezembro), especialistas citam desde questões históricas (como ocupação das várzeas do rio e a impermeabilização da capital) até obras do Estado como eventuais agravantes das enchentes.
Esta foi pelo menos a terceira vez desde 2005 em que houve transbordamento do Tietê -duas delas já depois da conclusão do rebaixamento da calha, bandeira do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), ao custo de R$ 1,7 bilhão, e que tinha a promessa de praticamente acabar com os alagamentos nas marginais.
Pelas projeções da gestão tucana na época, os investimentos (para dobrar a largura da calha e elevar a profundidade do rio) eram suficientes para que houvesse só um transbordamento do rio a cada cem anos. Ontem, Alckmin não falou.
O Estado diz que, assim como ocorreu há dois meses, a origem da inundação nas marginais está no volume de chuvas na bacia do Alto Tietê.
Serra viajou para Brasília para receber uma homenagem no Grupamento de Fuzileiros Navais e não deu entrevista em SP.
Técnicos ressaltam que as obras de rebaixamento da calha perdem efeito se não houver manutenção -já que novos sedimentos vão se acumulando.
Além disso, as obras em curso para a ampliação das pistas da marginal Tietê são vistas por alguns como algo que colabora com os impactos negativos.
Primeiro, por conta do assoreamento (com deslocamentos de terra) provocado pela obra. Segundo, pela redução da impermeabilização nas margens.
A gestão Serra nega. Diz que a nova área asfaltada é desprezível e que haverá replantio.


Texto Anterior: Sem aula: Alunos faltam em escola de inglês na Lapa
Próximo Texto: Kassab culpa chuva e diz que lado positivo é que obras deram certo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.