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Falha afetou a vazão de água no rio Tietê
Defeito em uma das quatro bombas usadas para esvaziar o Pinheiros e aliviar o Tietê acabou prejudicando a operação
Bombas são usadas para desviar excesso de água para a Billings; foi o 2º trasbordamento do rio após rebaixamento da calha
DA REPORTAGEM LOCAL
Os impactos da chuva que
atingiu São Paulo foram agravados pelo não funcionamento
de uma das bombas da Usina
Elevatória de Traição, no rio Pinheiros, sob responsabilidade
do governo do Estado.
Para conter as enchentes, ela
tem a função de inverter a trajetória do rio, direcionando as
águas para a represa Billings.
A gestão José Serra (PSDB)
disse que uma das quatro bombas sofreu um defeito hidráulico e 25% da capacidade de
bombeamento foi comprometida, estrangulando a possibilidade de escoamento do Tietê.
A informação, reconhecida
pelo Estado no final da tarde,
foi parcialmente antecipada
horas antes pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM), ao pedir
vazão mais rápida na usina.
Além do volume excessivo de
chuva (na bacia do Alto Tietê
foi equivalente a dois terços do
total previsto para dezembro),
especialistas citam desde questões históricas (como ocupação
das várzeas do rio e a impermeabilização da capital) até
obras do Estado como eventuais agravantes das enchentes.
Esta foi pelo menos a terceira
vez desde 2005 em que houve
transbordamento do Tietê
-duas delas já depois da conclusão do rebaixamento da calha, bandeira do ex-governador
Geraldo Alckmin (PSDB), ao
custo de R$ 1,7 bilhão, e que tinha a promessa de praticamente acabar com os alagamentos
nas marginais.
Pelas projeções da gestão tucana na época, os investimentos (para dobrar a largura da calha e elevar a profundidade do
rio) eram suficientes para que
houvesse só um transbordamento do rio a cada cem anos.
Ontem, Alckmin não falou.
O Estado diz que, assim como ocorreu há dois meses, a
origem da inundação nas marginais está no volume de chuvas na bacia do Alto Tietê.
Serra viajou para Brasília para receber uma homenagem no
Grupamento de Fuzileiros Navais e não deu entrevista em SP.
Técnicos ressaltam que as
obras de rebaixamento da calha
perdem efeito se não houver
manutenção -já que novos sedimentos vão se acumulando.
Além disso, as obras em curso para a ampliação das pistas
da marginal Tietê são vistas por
alguns como algo que colabora
com os impactos negativos.
Primeiro, por conta do assoreamento (com deslocamentos
de terra) provocado pela obra.
Segundo, pela redução da impermeabilização nas margens.
A gestão Serra nega. Diz que a
nova área asfaltada é desprezível e que haverá replantio.
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