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Dirigente que ameaçou fechar escola "top" de SP é afastada
Segundo secretário da Educação, colégio será mantido no ano letivo de 2010
TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A dirigente de ensino da região Centro-Oeste de São Paulo, Walkyria Cattani Ivanaskas,
foi afastada na última sexta-feira de seu cargo.
Ela foi responsabilizada pelo
secretário da Educação, Paulo
Renato Souza, pelas ameaças
de fechamento da escola estadual Alberto Torres, localizada
no Butantã e melhor instituição de ensino médio no Saresp
2008 (Sistema de Avaliação de
Rendimento Escolar do Estado
de São Paulo). Segundo o secretário, a escola vai funcionar em
2010.
A decisão foi publicada na
edição do dia 4 do "Diário Oficial", dois dias depois de reportagem da Folha ter revelado
que a diretoria de ensino da região e a vice-diretora da escola
anunciaram em outubro o encerramento das atividades. Na
reunião, também foram distribuídos aos familiares formulários para que escolhessem três
escolas da região para as quais
gostariam de transferir seus filhos a partir do ano que vem.
Desde então, funcionários,
pais e estudantes começaram a
se mobilizar para impedir o fim
da escola e entraram com um
pedido no Ministério Público e
no Conselho Tutelar do Butantã (zona oeste) para que acompanhassem o caso.
A justificativa apresentada
pelo Estado na ocasião era a
baixa demanda de estudantes.
Hoje, há 178 alunos matriculados na escola, conforme informou a Cogesp (órgão que administra as escolas estaduais
da região metropolitana).
Procurada pela reportagem,
Ivanaskas não quis comentar a
demissão, mas disse que continuará na Diretoria Centro-Oeste, agora no cargo de supervisora de ensino da região. Seu
substituto ainda não foi indicado oficialmente.
Para funcionários, pais e alunos da Alberto Torres, o trabalho de recuperação da escola
ainda não terminou. Eles criaram um grupo para melhorar a
reputação do colégio, segundo
eles prejudicada por conta de
seguidas tentativas de desativação. O objetivo é atrair alunos e ampliar o número de turmas no estabelecimento.
"As diretoras das escolas de
[ensino] fundamental 1 da região já não mandam mais suas
turmas para a Alberto Torres
porque, segundo elas, a escola
está falida", comentou Iroan
Tadeu Porto de Lima, professor de filosofia.
O colégio fica numa região
nobre de São Paulo, ao lado do
Instituto Butantan e próximo à
futura estação Butantã do metrô, cuja inauguração é prevista
para 2010.
Foi inaugurada em 1932 como uma escola agrícola e foi
idealizada por Vital Brazil para
abrigar filhos de funcionários
da instituição de pesquisa.
Hoje, abriga sete turmas de
ensino fundamental e médio.
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