São Paulo, quarta-feira, 09 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Índice

Dirigente que ameaçou fechar escola "top" de SP é afastada

Segundo secretário da Educação, colégio será mantido no ano letivo de 2010

TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A dirigente de ensino da região Centro-Oeste de São Paulo, Walkyria Cattani Ivanaskas, foi afastada na última sexta-feira de seu cargo.
Ela foi responsabilizada pelo secretário da Educação, Paulo Renato Souza, pelas ameaças de fechamento da escola estadual Alberto Torres, localizada no Butantã e melhor instituição de ensino médio no Saresp 2008 (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo). Segundo o secretário, a escola vai funcionar em 2010.
A decisão foi publicada na edição do dia 4 do "Diário Oficial", dois dias depois de reportagem da Folha ter revelado que a diretoria de ensino da região e a vice-diretora da escola anunciaram em outubro o encerramento das atividades. Na reunião, também foram distribuídos aos familiares formulários para que escolhessem três escolas da região para as quais gostariam de transferir seus filhos a partir do ano que vem.
Desde então, funcionários, pais e estudantes começaram a se mobilizar para impedir o fim da escola e entraram com um pedido no Ministério Público e no Conselho Tutelar do Butantã (zona oeste) para que acompanhassem o caso.
A justificativa apresentada pelo Estado na ocasião era a baixa demanda de estudantes. Hoje, há 178 alunos matriculados na escola, conforme informou a Cogesp (órgão que administra as escolas estaduais da região metropolitana).
Procurada pela reportagem, Ivanaskas não quis comentar a demissão, mas disse que continuará na Diretoria Centro-Oeste, agora no cargo de supervisora de ensino da região. Seu substituto ainda não foi indicado oficialmente.
Para funcionários, pais e alunos da Alberto Torres, o trabalho de recuperação da escola ainda não terminou. Eles criaram um grupo para melhorar a reputação do colégio, segundo eles prejudicada por conta de seguidas tentativas de desativação. O objetivo é atrair alunos e ampliar o número de turmas no estabelecimento.
"As diretoras das escolas de [ensino] fundamental 1 da região já não mandam mais suas turmas para a Alberto Torres porque, segundo elas, a escola está falida", comentou Iroan Tadeu Porto de Lima, professor de filosofia.
O colégio fica numa região nobre de São Paulo, ao lado do Instituto Butantan e próximo à futura estação Butantã do metrô, cuja inauguração é prevista para 2010.
Foi inaugurada em 1932 como uma escola agrícola e foi idealizada por Vital Brazil para abrigar filhos de funcionários da instituição de pesquisa.
Hoje, abriga sete turmas de ensino fundamental e médio.


Texto Anterior: Agentes da PF são acusados de fraudar documento de imigrante
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.