São Paulo, quarta, 9 de dezembro de 1998

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ADMINISTRAÇÃO
24 ambulantes permanecem acorrentados em SP
Sem acordo, camelôs entram no nono dia de greve de fome

Lalo de Almeida/Folha Imagem
Cícero Freitas, um dos ambulantes em greve de fome em São Paulo, já foi levado para o hospital três vezes


da Reportagem Local

Os camelôs do Brás, que estão acorrentados em protesto contra a proibição de trabalharem nas calçadas da região central da cidade de São Paulo, iniciam hoje o nono dia de greve de fome sem nenhuma perspectiva de acordo com a prefeitura.
Os 24 manifestantes reivindicam o direito de montar suas barracas na calçada do largo da Concórdia. "Só vamos parar a greve de fome quando pudermos trabalhar nas ruas, mesmo que seja somente até o Natal", diz Afonso José da Silva, o líder dos camelôs.
A prefeitura também continua irredutível. O secretário municipal das Administrações Regionais, Domingos Dissei, afirma que não vai abrir exceção para nenhum grupo de ambulantes.
Ontem, três camelôs tiveram de ser transferidos para o Hospital do Servidor Público Municipal, com princípio de desidratação.
Cícero Freitas é o ambulante em pior estado de saúde, segundo os médicos. Ontem, ele foi para o hospital pela terceira vez em cinco dias. "Estou acabado, com muita dor de cabeça. Não sei até quando vou aguentar."
O cobrador de ônibus Gélson Rossi, 24, ex-camelô que havia aderido à greve de fome dos ambulantes do Brás no início da noite de anteontem, abandonou o protesto ontem de manhã.
"Ele não aguentou o sol forte. Além disso, a mulher dele estava achando ruim", diz Silva.
Já os padres e fiéis da paróquia Santíssima Trindade (zona leste), que anteontem manifestaram interesse em aderir ao protesto, ainda não haviam decidido sobre uma possível participação no movimento, na noite de ontem.



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