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ADMINISTRAÇÃO
Falta de autonomia para nomear equipe foi o principal motivo para afastamento de Nélio Bizzo da Educação
Veto de Marta levou à demissão de secretário
SÍLVIA CORRÊA
ARMANDO PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi por falta de autonomia que o
biólogo Nélio Bizzo, 43, pediu demissão do cargo de secretário da
Educação de São Paulo.
Professor da USP, Bizzo foi o
terceiro titular da pasta nos dois
anos da gestão de Marta Suplicy
(PT). Deixou uma das vitrines petistas anteontem, após apenas seis
dias ocupando o cargo.
Ele não comenta o afastamento,
mas a Folha apurou que a demissão ocorreu porque Marta não
aceitou que fossem levadas adiante as mudanças que Bizzo planejava fazer em cargos importantes da
secretaria -o maior orçamento
do governo (R$ 1,89 bilhão).
Nas palavras de um ocupante
do alto escalão da prefeitura, a falta de acordo sobre as nomeações
foi o "fato mais grave".
Um dos nomes da lista da discórdia seria a hoje secretária interina da Educação, Maria Aparecida Perez, mulher do ex-secretário
de Transportes Carlos Zarattini.
Indicada para a chefia de gabinete da Educação em fevereiro de
2002, quando Eny Maia assumiu a
pasta, Perez -que não respondeu aos pedidos de entrevista- é
tida como um pulso forte na pasta, com interferência nas decisões.
Somou-se à falta de autonomia
a surpresa de Bizzo com a "absorção" exigida pelo cargo e com a
dimensão dos problemas da secretaria, o que alteraria sua vida.
O substituto de Bizzo ainda não
foi definido pela prefeita. O mesmo ocorre com os de Jorge Hereda e de Eduardo Sanovicz.
Hereda pediu demissão ontem,
oficialmente, da Secretaria Municipal de Serviços e Obras (SSO)
para assumir a Secretaria Nacional de Habitação do governo Lula.
Já Sanovicz, presidente do
Anhembi, está em férias até o dia
20, mas sua indicação para a presidência da Embratur já foi confirmada e ele deve se afastar tão
logo seu sucessor seja anunciado.
Ontem a prefeita consultou alguns cotados para as vagas, mas
as identidades não foram ventiladas. Por enquanto, no Executivo
circulam apenas os nomes dos
eternos cotados: o chefe de gabinete das Finanças, Fernando
Haddad, para a Educação, e o vereador e deputado federal eleito
José Mentor para a SSO.
Contrariando essas previsões,
porém, há setores que acreditam
que Marta manterá o perfil do secretário da Educação -priorizando a proximidade com educadores- e que Mentor prefere
"cavar um espaço em Brasília".
Com Bizzo, a reforma secretarial de Marta já atinge nove dos 18
cargos do primeiro escalão. E ainda não é dada por encerrada.
Colaborou JOÃO CARLOS SILVA
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