São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 2003

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Pedreiro critica falta de segurança

FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA

"O mais impressionante de tudo é a falta de segurança. Quem poderia esperar sofrer um acidente desses pela manhã?", perguntou ontem o servente de pedreiro Renato Soares, 20, enquanto recebia atendimento no Hospital de Pronto-Socorro de Venda Nova.
Soares estava no trem que chegava à estação. Estava sentado, conta, mas foi arremessado para a frente e bateu com o pescoço em uma barra de ferro próxima à saída do vagão.
Sentiu uma forte dor no local da lesão e no peito, mas conseguiu sair do vagão, entre dezenas de pessoas que se aglutinavam nas portas.
"Quando saí, vi o maquinista no chão, sangrando pela boca e se contorcendo. Olhei para o outro lado e só via gente gritando."
Soares diz ter esperado o resgate por quase 20 minutos. Já atendido, teve o pescoço imobilizado e ficou em observação no hospital por toda a tarde de ontem, sendo liberado no começo da noite.
"Acho que a estação não deveria ter sido inaugurada, porque não havia condição de dar segurança para todos", afirmou ele, que pretende mover uma ação contra a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos). Segundo a diretora-geral do Hospital de Pronto-Socorro, Sandra Gea, entre os 17 pacientes que ainda estavam no hospital até a tarde de ontem não havia casos graves. Todos foram liberados antes do anoitecer.
Segundo o tenente coronel Hernandes José de Morais, 42, o resgate das vítimas foi facilitado pela solidariedade das pessoas.
Célio Lopes de Assis, servidor público aposentado, viu o acidente na estação. Se tivesse chegado mais cedo, teria embarcado em um dos vagões que bateram.
Ele disse ter pensado que a aproximação dos trens era uma "manobra normal do metrô".


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