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Públicas ainda têm mais graduados
DA SUCURSAL DO RIO
O Censo da Educação Superior
do MEC mostra que a tão temida
"fuga de cérebros" da universidade pública para a privada não
aconteceu com a intensidade esperada por alguns. Apesar de um
aumento no número absoluto de
doutores nas universidades privadas de 1995 a 2003, a imensa
maioria dos docentes (75% do total) com essa titulação continuam
trabalhando nas públicas.
Essa proporção era um pouco
maior em 1995 (85% do total), o
que significa que as universidades
privadas conseguiram aumentar
seu quadro de doutores num ritmo maior do que o da rede pública. Nessa comparação, no entanto, é preciso levar em conta que o
número de doutores nas particulares em 1995 era muito pequeno:
3.174 de um total de 33.727.
Quando se compara apenas o
número absoluto de novos doutores contratados (ou professores
que ganharam essa titulação ao
longo desse período), a análise é
mais favorável à universidade pública. Enquanto nessas instituições o número de doutores aumentou em 17.344, nas particulares o aumento foi de 8.050.
Quando se especulou que aconteceria essa "fuga de cérebros", levou-se em conta que o ritmo de
expansão de matrículas no setor
privado era muito maior e que as
condições salariais e de trabalho
nas instituições públicas estavam
piorando. Muitos docentes da rede pública poderiam, portanto, se
aposentar no serviço e desenvolver pesquisas na rede privada.
O que não se previu no período
é que as instituições privadas de
ensino superior, salvo algumas
exceções, não dariam as mesmas
condições para que os melhores
quadros vindos da rede pública
pudessem desenvolver pesquisas.
Tanto que, segundo o censo, em
2003, 77% dos docentes nas universidades públicas trabalhavam
em regime integral, ou seja, ficavam metade do tempo em sala de
aula e metade em atividades de
pesquisa ou extensão.
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