São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 2005

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Públicas ainda têm mais graduados

DA SUCURSAL DO RIO

O Censo da Educação Superior do MEC mostra que a tão temida "fuga de cérebros" da universidade pública para a privada não aconteceu com a intensidade esperada por alguns. Apesar de um aumento no número absoluto de doutores nas universidades privadas de 1995 a 2003, a imensa maioria dos docentes (75% do total) com essa titulação continuam trabalhando nas públicas.
Essa proporção era um pouco maior em 1995 (85% do total), o que significa que as universidades privadas conseguiram aumentar seu quadro de doutores num ritmo maior do que o da rede pública. Nessa comparação, no entanto, é preciso levar em conta que o número de doutores nas particulares em 1995 era muito pequeno: 3.174 de um total de 33.727.
Quando se compara apenas o número absoluto de novos doutores contratados (ou professores que ganharam essa titulação ao longo desse período), a análise é mais favorável à universidade pública. Enquanto nessas instituições o número de doutores aumentou em 17.344, nas particulares o aumento foi de 8.050.
Quando se especulou que aconteceria essa "fuga de cérebros", levou-se em conta que o ritmo de expansão de matrículas no setor privado era muito maior e que as condições salariais e de trabalho nas instituições públicas estavam piorando. Muitos docentes da rede pública poderiam, portanto, se aposentar no serviço e desenvolver pesquisas na rede privada.
O que não se previu no período é que as instituições privadas de ensino superior, salvo algumas exceções, não dariam as mesmas condições para que os melhores quadros vindos da rede pública pudessem desenvolver pesquisas.
Tanto que, segundo o censo, em 2003, 77% dos docentes nas universidades públicas trabalhavam em regime integral, ou seja, ficavam metade do tempo em sala de aula e metade em atividades de pesquisa ou extensão.


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