São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 2005

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ACIDENTE

A mulher dele, que também participava da escalada na Argentina, passa bem e conversou ontem com a família

Corpo de dentista é resgatado no Aconcágua

DA FOLHA ONLINE
DA AGÊNCIA FOLHA

Equipes de salvamento resgataram, ontem à tarde, o corpo do dentista brasileiro Eduardo Silva, 40, morto durante descida do pico Aconcágua, na Argentina. Silva morreu na sexta-feira, 12 horas após chegar ao topo do Aconcágua, a 6.962 metros de altitude, o maior pico das Américas.
O corpo foi levado para o IML da Província de Mendoza, onde passaria por necropsia. A mulher do dentista, a jornalista Rita Bragatto, 34, que acompanhava o marido na escalada, entrou em choque durante a descida do pico. Ela foi resgatada de helicóptero, recebeu acompanhamento médico e passa bem.
Rita teria sido encontrada com sintomas de desidratação e congelamento, informou Leopoldo León, diretor de Recursos Naturais Renováveis da Província de Mendoza, onde se ergue o Aconcágua. Acredita-se que o dentista tenha sofrido um problema cardiorespiratório.
O corpo do dentista e a jornalista devem chegar ao Brasil em dois dias, segundo o padrasto de Rita, João Sartorelli. A estimativa foi feita por funcionários do Consulado Brasileiro na Argentina.
Sartorelli afirmou que o corpo passará por necropsia para determinar a causa da morte. Ele conversou por telefone com Rita na tarde de ontem.
"Nós falamos rapidamente. Ela garantiu que está tudo bem. Só colocaram ela na linha para que ouvíssemos a sua voz e ficássemos um pouco mais calmos", afirmou. Segundo ele, Rita falava aparentemente bem e negou que houvesse tido um edema cerebral, como chegou a ser anunciado.
O casal, que morava em Sorocaba (100 km de São Paulo), alcançou o cume do Aconcágua no começo da noite de quinta-feira e desceu 200 metros até a chamada Canaleta, onde parou para descansar, pois teria notado sinais de congelamento.
O guia norueguês Lars Oslo, que subia a montanha com um grupo, encontrou os alpinistas brasileiros na sexta-feira e avisou por rádio a patrulha de resgate.
Os grupos de salvamento subiram para ajudar o casal, mas Eduardo Silva já apresentava complicações que o levaram à morte, supostamente por parada cardíaca, pouco antes de chegar ao acampamento Berlim, a 6.100 metros de altura.
O casal se preparava para a escalada do Aconcágua havia sete meses. A preparação para a expedição ocorreu em montanhas no Brasil e na Bolívia, como o casal relatou no site www.casalaventura.com.br, pelo qual divulgava suas aventuras.


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