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Rodoanel terá radar "dedo-duro" de carros irregulares
Sistema lerá placa de veículos e cruzará informações com bancos de dados para identificar os sem licença ou roubados
Índice de acerto nos dois primeiros anos terá de ser de 85%; número de aparelhos a serem instalados ainda será determinado em projeto
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O edital de concessão do trecho oeste do Rodoanel Mario
Covas, lançado ontem pela Artesp (agência reguladora de
transportes de São Paulo), prevê a instalação de barreiras eletrônicas para apontar veículos
roubados ou sem licença, que
serão parados em postos de fiscalização ao longo da rodovia.
O sistema, que deve ser concluído até o terceiro ano de
concessão, vai ler a placa do
carro por decodificadores e
cruzar as informações com os
bancos de dados do Denatran
(Departamento Nacional de
Trânsito) e do Detran (departamento estadual), para verificar
se há irregularidades.
O número de equipamentos
a serem instalados ainda será
definido em projeto. Outra exigência é que o sistema tenha,
nos dois primeiros anos de concessão, índice de acerto de 85%
-no terceiro, percentual deve
chegar a 98% dos veículos pesquisados na fiscalização.
Outra novidade é que os postos de fiscalização deverão oferecer auxílio ao usuário que tiver o veículo recolhido por irregularidades, com banheiro, sala
de estar e telefones públicos.
Segundo a Artesp, a cobrança
do pedágio vai começar cerca
de seis meses após a assinatura
do contrato. As empresas têm
até 11 de março para apresentar
propostas na licitação.
O edital praticamente mantém o modelo de concessão já
anunciado pelo governador José Serra (PSDB). Esse modelo
foi alterado em relação ao original depois das baixas tarifas obtidas pelo governo federal no
plano de concessões lançado no
ano passado.
Antes, o modelo paulista previa que seria declarado vencedor da licitação a empresa ou
consórcio que oferecesse o
maior valor da outorga, sem
considerar o valor da tarifa.
Porém, após um desgaste político, o governo Serra decidiu
que assumirá a concessão
quem oferecer a menor tarifa,
com teto máximo de R$ 3.
Já a outorga (valor fixo a ser
pago ao Estado) será de R$ 2 bilhões, com R$ 200 milhões na
assinatura do contrato e o restante dividido em 24 parcelas.
Serra pretende aplicar o dinheiro na construção do trecho
sul do Rodoanel, que deve consumir R$ 4 bilhões. O prazo de
concessão será de 30 anos.
O edital determina ainda que
a concessionária invista R$ 804
milhões ao longo do contrato
-R$ 280 milhões nos três primeiros anos. Estão previstas
obras de novas marginais e
uma quinta faixa entre os trevos das rodovias Castello Branco e Raposo Tavares. Também
serão implantados 4 km de barreiras acústicas em três trechos
do Rodoanel, a maior delas, de
2 km, em Tamboré.
A rodovia
Iniciado no final dos anos
1990, o Rodoanel foi concebido
para desafogar o trânsito de caminhões que passam pela
Grande São Paulo pela interligação de dez rodovias: Fernão
Dias, Dutra, Ayrton Senna, Anchieta, Imigrantes, Régis Bittencourt, Raposo Tavares, Castello Branco, Anhangüera e
Bandeirantes. Dos 182 km do
Rodoanel, só estão concluídos
os 32 km do trecho oeste.
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