São Paulo, quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

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Goiano morre com suspeita de febre amarela no Paraná

Ele passou o fim de ano em Caldas Novas (GO); em outro caso, paulistano fez exames em TO com sintomas da doença

Centro de Vigilância Epidemiológica de SP divulgou lista em que coloca 268 cidades em estado de alerta contra febre amarela

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

AFONSO BENITES
DA AGÊNCIA FOLHA

JORGE SOUFEN JR
DA FOLHA RIBEIRÃO

O bancário aposentado Almir Rodrigues da Cunha, 46, morreu na madrugada de ontem em Maringá (noroeste do Paraná) com suspeita de febre amarela.
Internado desde o dia 6 no hospital Santa Rita, Cunha havia passado o final do ano em Caldas Novas (GO). Sua morte fez com que a Secretaria Municipal da Saúde de Maringá intensificasse a vacinação contra a doença na cidade.
Cunha era natural de Caldas Novas e morava havia nove anos em Maringá. Ele viajou para Goiás em 22 de dezembro, retornando no dia 1º.
Após a morte de Cunha, houve uma corrida a postos de vacinação de Maringá. Segundo Edlene Loureiro Aceti Goes, coordenadora de Vacinação de Maringá, só no posto central foram vacinadas na tarde de ontem 400 pessoas. "Estamos preparados para vacinar quem procurar os postos de vacinação, mas nossa orientação é priorizar quem viaja nos próximos dias para regiões onde a febre amarela silvestre ainda é preocupante."

Paulistano
Outro caso de suspeita de febre amarela é o do engenheiro paulistano Caio Panella Adaines, 34. Ele passou ontem pelo Hospital Geral de Palmas (TO) com sintomas da doença.
De acordo com o hospital, o paciente realizou exames sorológicos e, dizendo estar se sentindo bem, retornou para o hotel onde estava hospedado.
Antes de ir para Palmas, o engenheiro, acompanhado da mulher, esteve na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, e no Jalapão, no Tocantins.
De acordo com o gerente técnico da área de febre amarela da secretaria, Whisllay Maciel Bastos, ele não corre risco de morte. O resultado do exame para constatar se ele contraiu febre amarela deve ficar pronto em até dez dias.
Para a Secretaria da Saúde do Tocantins, o engenheiro pode ter contraído o vírus na viagem que fez por Goiás. A gerente de Vigilância Epidemiológica do governo de Goiás, Magna Maria de Carvalho, não descartou essa hipótese. "Só analisando a ficha do paciente é que saberemos onde ele pegou a doença, caso ela seja confirmada. Pode ser que tenha sido em Goiás ou em qualquer outra região considerada endêmica do país."
Em entrevista a uma emissora de TV e a um jornal de Tocantins, o engenheiro disse que não percebeu que seu cartão de vacinação estava vencido. A vacina de febre amarela é válida por dez anos.
A Folha não conseguiu contatar o engenheiro ontem.

Estado de alerta
O CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) de São Paulo divulgou lista em que coloca 268 municípios em estado de alerta contra a febre amarela.
As cidades estão na área de risco de transição, em que há registro esporádico de presença do vírus da febre amarela na natureza ou em humanos. Elas estão na região de Presidente Prudente, Araçatuba, São José do Rio Preto, Barretos, Ribeirão Preto, Franca e Marília.
Tanto quem mora como quem vai viajar para essas áreas é aconselhado a tomar a vacina caso não esteja imunizado -ou seja, não tenha tomado a vacina nos últimos dez anos. O indivíduo fica protegido dez dias após tomar a vacina, que é gratuita.
As áreas de transição ou de risco potencial, além das de São Paulo, estão em Minas Gerais, sul e oeste da Bahia, sul do Piauí e norte do Espírito Santo, além do oeste do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.


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