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ACIDENTE
Pagodeiro será indiciado sob acusação de homicídio culposo
Atropelado por Alexandre Pires tem morte cerebral
NOELI MENEZES
da Agência Folha, em Uberlândia
O vendedor José Alves Sobrinho, 37, vítima do acidente que
envolveu o cantor de pagode Alexandre Pires, do grupo Só Pra
Contrariar, morreu ontem à noite, por volta das 20h30, segundo
informou o Hospital das Clínicas
de Uberlândia (MG).
Sobrinho estava em coma e respirando por aparelhos desde o último domingo após Pires ter batido com um jipe Cherokee na traseira de sua motocicleta.
O médico Elmiro Santos Resende disse que por volta das 20h de
anteontem já havia sido constatada a morte cerebral de Sobrinho.
Apesar de a família do vendedor
ter autorizado a doação de seus
órgãos, o hospital informou que
isso não será possível diante dos
danos causados pelo acidente ao
organismo da vítima.
Segundo o delegado da Polícia
Civil Araújo Couto, assim que o
atestado de óbito estiver em suas
mãos, o cantor deve ser indiciado
sob acusação de homicídio culposo, ou seja, de ter provocado a
morte sem intencionalidade.
Nesse caso, Pires responderá ao
processo em liberdade. Se for
condenado, poderá cumprir pena
de dois a três anos de prisão.
De acordo com o policial, até o
final da tarde de ontem nenhum
familiar da vítima havia comparecido à delegacia para fazer a representação contra o cantor.
"Pelo código de trânsito, nos casos de acidente em que a vítima
sofre ferimentos, cabe à mesma
ou a seus parentes solicitar a instauração do inquérito", afirmou o
delegado para justificar o motivo
pelo qual até aquele momento
não havia aberto investigação sobre a responsabilidade do cantor
no acidente de domingo.
O advogado criminalista Ermenegildo Cossi Neto disse que uma
outra situação que poderia ter
forçado a instauração do inquérito seria a constatação, por parte
da polícia que esteve no local do
acidente, de evidências de que
Alexandre Pires dirigia alcoolizado ou tivesse omitido socorro.
Abadia e João Pires, pais do cantor, passaram toda a tarde de ontem no hospital, conversando
com Rosimeire Alves, mulher da
vítima, e seus parentes. Arnaldo
Alves Assunção, irmão do vendedor, estava revoltado.
"São todos hipócritas. A mãe
veio pedir para a gente ter pena do
filho dela, porque ele estava sofrendo". O cantor, sua família e
sua assessoria não quiseram comentaras críticas.
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