São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005

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"Não tem jeito", afirma morador

DA REPORTAGEM LOCAL

De acordo com vizinhos da favela e alguns de seus ocupantes ouvidos pela Folha, a convivência no local é, em geral, tranqüila. Mas uns e outros reconhecem que parte dos moradores do entorno apóiam a retirada da favela como porque isso valorizaria a área.
Enquanto a média de preço do metro quadrado no bairro é de R$ 1.750, na rua Djalma Coelho, onde fica a favela, o preço é de cerca de R$ 1.200. Luiz Paulo Pompéia, diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), disse que, com a remoção, pode haver valorização de 20%.
O engenheiro Jacques Yazbek, 63, que mora em uma rua em frente à favela há 20 anos, afirma que a relação com os moradores dela sempre foi "de respeito". "O pessoal da favela não tem criado nenhum embaraço", afirmou.
Raimundo da Silva de Jesus, que vive na favela há 17 anos, diz que morar lá "é bom demais". "Tem escola, posto de saúde e trabalho perto." Para Valci Pereira de Jesus, há 20 anos no local, a mudança é inevitável. "Não tem outra solução, o juiz já decidiu. Ninguém quer sair, mas não tem jeito", afirmou. (VR)


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