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"Extorsão gerou denúncia'
da Reportagem Local
O engenheiro e médium Rubens Faria Jr. disse ontem estar
sendo vítima de extorsão por
parte de um grupo que envolve
supostos policiais federais e a
família de sua ex-mulher. "As
denúncias contra meu trabalho
só surgiram depois que me neguei a oferecer dinheiro a esse
grupo", afirmou.
Faria Jr. disse que na quarta
passada foi chamado à casa de
seu ex-cunhado Sebastião Odílio Moreira, em Jacarepaguá
(Rio), para uma "negociação".
"Na casa estavam o advogado
de minha ex-mulher, ela própria, seus irmãos e um homem
que se apresentou como delegado da Polícia Federal. Eu sei
seu nome e tenho condições de
identificá-lo. No encontro, me
apresentaram uma carta anônima onde eram feitas denúncias contra a minha pessoa e o
meu trabalho. Pediram R$ 3
milhões, depois R$ 800 mil, depois R$ 200 mil, mais pagamentos mensais de R$ 25 mil
durante quatro anos. Diziam
que, caso não pagasse, iriam levar as denúncias à imprensa e à
polícia."
Segundo o médium, alguns
dias antes do encontro a polícia
prendeu um rapaz que trabalharia como segurança no local
onde atende os pacientes.
"Muitas das acusações partiram desse rapaz. Mas tanto ele
como a prisão fazem parte de
uma montagem", disse Faria.
Ele atribui o "complô" à "fúria" de sua ex-mulher. "Ela não
se conformou em perder o
acesso que tinha ao meu trabalho e ao dinheiro que arrecadava. Só mais tarde fiquei sabendo que ela e os irmãos controlavam as senhas, cobravam por
cirurgias e não pagavam nem
sequer os fornecedores. Ela ficou tão desesperada que invadiu meu flat e meu escritório
mais de uma vez, levando documentos e quebrando computadores."
Faria negou que tenha contas
em bancos fora do país ou contatos com José Germano Neto,
preso por tráfico. "Comprei
um carro que, tempos antes, tinha sido adquirido na loja desse Germano, que não conheço.
Todos os meus bens constam
do Importo de Renda."
Também nega as mortes que
teriam ocorrido durante as cirurgias e a transferência de corpos para o Hospital Getúlio
Vargas. "Nunca houve morte
durante as operações. Se alguém passava mal antes de minha chegada -e havia ali muitos doentes graves- era levado imediatamente ao hospital
mais próximo."
Ontem, o advogado de Faria,
Paulo Esteves, autorizou-o a
dar sua versão dos fatos. "Estou
com muito medo. Tenho certeza de que estou correndo risco
de vida", afirmou o médium.
(AURELIANO BIANCARELLI)
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