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CRIME
Faria Jr., que diz incorporar o médico, teria relacionamento com empresário condenado por remeter cocaína
PF apura ligação de "dr.Fritz" com tráfico
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
A possibilidade de envolvimento
do engenheiro e médium Rubens
Faria Jr., que diz incorporar o espírito do médico "dr. Fritz", com o
tráfico internacional de cocaína
começou a ser investigada pela Polícia Federal no Rio.
Inquérito aberto no final de janeiro pela superintendência fluminense da PF apura se Faria Jr., 44,
participa de um esquema criminoso responsável pelas práticas de
sonegação fiscal, evasão de divisas
e lavagem de dinheiro.
O inquérito (número 62/99) da
Delegacia Fazendária da PF investiga ainda a suposta participação
do acusado em três homicídios
-clientes teriam morrido na mesa
de cirurgia-, lesões corporais,
omissão de socorro e exercício ilegal da medicina.
A suspeita de que Faria Jr. estaria
envolvido com o tráfico surgiu a
partir da descoberta de que ele negociou um carro BMW com Carlos
Germano Neto, empresário brasileiro preso nos EUA acusado de
chefiar uma quadrilha que abastece a Europa de cocaína.
O médium e Germano Neto seriam amigos, de acordo com o termo de declaração prestado à PF
pelo ex-cunhado de Faria Jr., Sebastião Odílio da Costa.
A própria irmã do acusado, Suely
Aparecida de Faria, disse a policiais federais que ele tinha ligações
com Germano Neto, dono da segunda maior revendedora BMW
existente no Brasil.
Em 4 de julho de 1996, Germano
Neto foi condenado a 12 anos de
prisão pelo Tribunal de Grande
Instância de Paris por tráfico internacional de drogas.
A Justiça da França concluiu que
o empresário brasileiro remeteu,
no verão de 91, 80 kg de cocaína
para Paris. Germano Neto foi preso em Nova York em 4 de setembro
do ano passado.
Mortes
O inquérito da PF contra Faria
Jr. foi aberto pelo delegado Marcelo Bertolucci em 21 de janeiro. Cinco dias depois, a PF prendeu em
frente ao galpão onde o "doutor
Fritz" examina doentes (na Penha,
zona norte), o segurança Nelson
José Nunes Júnior.
O segurança foi preso sob a acusação de portar uma pistola Taurus e 56 cartuchos de munição. Ele
não tem porte de arma.
Em depoimento, Nunes Júnior
afirmou ter visto três pacientes
morrerem na mesa de cirurgia durante "consulta espiritual".
O segurança disse ter levado os
corpos para o hospital Getúlio
Vargas, na Penha.
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