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SISTEMA PRISIONAL
Preso foi agredido
Detentos ligados ao PCC são jurados de morte
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA VALE
Pelo menos 30 presos ligados ao
PCC estão jurados de morte na
Casa de Detenção de São Paulo,
no complexo do Carandiru (zona
norte), considerado o quartel-general da facção que organizou a
maior rebelião da história do país.
Segundo funcionários do presídio, uma nova briga começou nas
penitenciárias estaduais, entre os
integrantes do PCC, que o governo distribuiu por meio de transferências após a rebelião em série, e
facções contrárias a eles.
Ontem de manhã, às 7h30, detentos atacaram um preso supostamente ligado ao PCC no pavilhão 9, um dos maiores do complexo. Ele precisou ser transferido
às pressas para o pavilhão 4 e chegou a ter ferimentos leves.
O diretor interino da Detenção,
Sergio Zeppelin Filho, confirmou
a agressão, mas negou que ela tenha ocorrido em razão da briga
entre facções contrárias ao PCC.
Segundo ele, os detentos do pavilhão 9 se revoltaram contra o
agredido, por causa de um ato de
indisciplina dele contra um funcionário. ""É natural que os presos
que querem paz se revoltem contra um bagunceiro."
Essa disputa entre facções, que
chegou a causar até rebeliões no
interior, como em Bauru, deixou
tenso o clima nas penitenciárias,
segundo o Sindicato dos Agentes
Penitenciários de São Paulo, que
vem mapeando a situação das
prisões no Estado. ""É possível ver
presos armados, com facas e, dependendo do horário, não se entra em determinados pavilhões",
disse um agente penitenciário da
Casa de Detenção.
Na semana passada, funcionários do IRT de Tremembé, presídio que funciona em regime semi-aberto, no Vale do Paraíba, foram atacados por detentos encapuzados ao aplicar uma punição
em um dos condenados. Eles registraram boletim de ocorrência.
Segundo a Polícia Civil, um grupo de presidiários agrediu um dos
agentes -responsável pela guarda da cela de castigo do presídio- e libertou um reeducando
que estava sendo mantido ali. O
recolhimento em cela disciplinar,
por lei, pode ser usado por no máximo 30 dias contra quem desrespeitou as normas internas.
Como estavam encapuzados, os
agressores não foram reconhecidos nem punidos. No início da semana, um detento conseguiu fugir da unidade após ter sido ajudado por cerca de 50 presos.
Uma sindicância foi aberta para
apurar o caso e os líderes do princípio de motim foram castigados
com a transferência para o regime
fechado. Ontem à noite outros
três detentos fugiram do local.
Segundo a assessoria da Secretaria da Administração Penitenciária, o clima nos presídios do
Estado é ""tranquilo".
O secretário da pasta, Nagashi
Furukawa, por meio de assessor,
disse que era esperada uma disputa de poder dentro das unidades, após o isolamento dos líderes
em Taubaté, mas que a dimensão
disso não é de uma guerra.
Os principais líderes do PCC foram transferidos do complexo do
Carandiru, no último dia 16, para
a Casa de Custódia de Taubaté.
Dois dias depois, estourou a revolta em 29 prisões de São Paulo e
cerca de 10 mil pessoas, entre parentes de detentos e funcionários,
ficaram como reféns.
Depois disso, a Secretaria da
Administração fez mais de 600
transferências do complexo, espalhando simpatizantes e soldados da facções pelo Estado.
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